Incorporando às sequências didáticas no ensino básico a análise de memes trazendo sentenças anômalas – em desobediência à seleção semântica

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5433/1519-5392.2020v20n2p79

Palabras clave:

Semântica, Ensino, Interação.

Resumen

O presente artigo reporta atividades didático-pedagógicas que tomam como premissas hipóteses da semântica formal, como a seleção semântica e a gramática interna dos falantes. A partir de um estudo de caso de livros didáticos e da nossa vivência como professores, percebemos que sentenças anômalas e seleção semântica não são temas articulados nem discutidos na escola.
Para preencher essa lacuna, desenhamos atividades de interpretação de memes, executadas com alunos do 7o ano do ensino fundamental. Verificamos que o aluno é capaz de interpretar sentenças anômalas a partir de seus conhecimentos inerentes e de reconhecer a ironia e o humor produzidos pela anomalia em memes. Oferecemos a descrição dessas atividades como contribuição a educadores interessados em práticas discursivas textuais, associadas ao
conhecimento inerente de gramática do falante. Apresentamos um plano de atividades com o uso de memes, detalhando os conhecimentos trabalhados na experiência. Esta proposta é um tijolinho na construção de uma educação linguística mais crítica e reflexiva.

Biografía del autor/a

Davi Lopes Franco, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Mestrando em Língua Portuguesa no programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É professor de língua portuguesa no ensino básico.

Ana Paula Quadros Gomes, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutora em Linguística pela USP. Atualmente, é professora da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LEV/FL/UFRJ). É membra do corpo docente da Pós-graduação em Linguística (UFRJ) e também do corpo docente da Pós-graduação em Letras Vernáculas (UFRJ).

Citas

ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2017.

BASSO, Renato Miguel; OLIVEIRA, Roberta Pires. Feynman, a linguística e a curiosidade, revisitado. Matraga: estudos linguísticos e literários, Rio de Janeiro, v. 19, n. 30, p. 13-40, 2012.

CAMPOS, Haroldo. Galáxias. São Paulo: Ex-Libris, 1984.

CANÇADO, Marcia. Manual de semântica: noções básicas e exercícios. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.

CANÇADO, Marcia. Um estatuto teórico para os papéis temáticos. In: MULLER, Ana Lúcia; NEGRÃO, Esmeralda; FOLTRAN, Maria Jose (org.). Semântica formal. São Paulo: Editora Contexto, 2003. p. 95-124,

CANI, Josiane Brunetti. Multimodalidade e efeitos de sentido no gênero meme. Revista Periferia, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p. 242-267, maio/ago. 2019.

CHOMSKY, Noam. Lectures on government and binding. Dordrecht: Foris, 1981.

DUARTE, Maria Eugenia Lamoglia. Termos da oração. In: Vieira, Sílvia Rodrigues; Brandão, Sílvia Figueiredo. (Orgs.) Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007.

GUERRA, Christiane; BOTTA, Mariana Giacomini. O meme como gênero discursivo nativo do meio digital. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 12, n. 3, p. 1859-1877, 2018.

HORTA, Natalia Botelho. O meme como linguagem da internet: uma perspectiva semiótica. 2015. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Universidade de Brasília, Brasília, 2015. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/18420/1/2015_NataliaBotelhoHorta.pdf. Aceso em: 9. set. 2019.

JACINTHO, Mônica Franco (ed.). Araribá Plus - português, 7o ano. 5. ed. São Paulo: Editora Moderna, 2018.

LEU, Donald J.; KINZER, Charles K.; COIRO, Julie; CASTEK, Jill; HENRY, Laurie A. Novas literacias: uma teoria de duplo nível da natureza mutável da alfabetização, instrução e avaliação. In: RUDDELL, Robert B.; UNRAU, Norman J. Theoretical models and processes of reading. Newark, DE: International Reading Association, 2013.

MEMES e gifs de engraçado. 2018. Disponível em: https://pt.dopl3r.com/memes/engra%C3%A7ado/atallanlac-primeiro-eu-beijo-o- problema-depois-eu-vejo-q-eh-um-problema-dai-q-eu-me-apaixono-pelo-problema/230744. Acesso em 18 dez. 2019.

OLIVEIRA, Roberta Pires. A linguística sem Chomsky e o método negativo. ReVEL, [S. L.], v. 8, n. 14, 2010.

OLIVEIRA, Roberta Pires. Semântica formal: uma breve introdução. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2012.

PASCHOALIN, Maria Aparecida; SPADOTO, Neuza Terezinha. Gramática: teoria e atividades. Londrina: Editora FTD, 2019.

PESTANA, Fernando. A gramática dos concursos públicos. São Paulo, SP: Editora Método, 2013. PINTEREST. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/859061697651351377/.
Acesso em: 22 dez. 2019.

QUADROS, Ana Gomes; MENDES, Luciana Sanchez. Para conhecer semântica. São Paulo: Contexto, 2018.

SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ-MESTRE, Joaquim. Os gêneros escolares. Das práticas de linguagem aos objetos de ensino. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 11, 1999.

THAILA Ayala faz post polêmico na web e internautas repercutem negativamente. GQ, Rio de Janeiro, 26 abr. 2019.Disponível em: https://gq.globo.com/Musa/noticia/2019/04/thaila-ayala-faz-post-feminista-na-web-e- internautas-repercutem-negativamente.html. Acesso em: 18 dez. 2019.

VIEIRA, Silvia Rodrigues. Três eixos para o ensino de gramática. In: VIEIRA, Silvia Rodrigues (org.). Gramática, variação e ensino: diagnose e propostas pedagógicas. São Paulo: Blucher, 2018.p. 47 -60.

VIEIRA, Silvia Rodrigues; BRANDÃO, Silvia Figueiredo (org.). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007.

Publicado

2020-12-11

Cómo citar

FRANCO, Davi Lopes; GOMES, Ana Paula Quadros. Incorporando às sequências didáticas no ensino básico a análise de memes trazendo sentenças anômalas – em desobediência à seleção semântica. Entretextos, Londrina, v. 20, n. 2, p. 79–104, 2020. DOI: 10.5433/1519-5392.2020v20n2p79. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/view/38782. Acesso em: 22 jul. 2024.

Número

Sección

Artigos