Narrativas caipiras e a reinvenção do quotidiano na paulistânia

Autores

  • Daniel Batista Lima Borges Universidade Paris Nanterre (França)

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e32955

Palavras-chave:

Caipira, Oralidade, Narração, Literatura e sociedade.

Resumo

A partir do relato de pesquisa realizada no bairro Boa Vista, em Caçapava (SP), pretendeu-se analisar atuações de contadores de histórias nos bairros rurais da região denominada por Antonio Candido, em Os parceiros do Rio Bonito, de Paulistânia caipira. Considerando-se que os modos tradicionais de narrar tais como Candido descreveu não existem mais na região pesquisada, e que a narração acontece em outras configurações sociais, decidimos analisar entrevistas em áudio de modo a descrever essas novas práticas narrativas. Deste modo, buscou-se discutir de que forma as narrativas orais contadas no cotidiano podem ser consideradas como práticas de ressignificação da realidade e de criação, mesmo após mudanças socioeconômicas agressivas, que produzem narradores não legítimos e sociedades comunidades fragmentadas, colocando em questão a possibilidade de existência de narração em meios em via de urbanização.

Biografia do Autor

Daniel Batista Lima Borges, Universidade Paris Nanterre (França)

Doutorando pela Universidade Paris Nanterre (França), e bolsista de doutorado pleno da CAPES

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Publicado

2017-12-27

Como Citar

Borges, D. B. L. (2017). Narrativas caipiras e a reinvenção do quotidiano na paulistânia. Boitatá, 12(24), 175–188. https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e32955