A marginalidade do slam e o seu projeto de decolonização do pensamento
uma leitura do poema “Poesia Marginal” de Tawane Theodoro
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2024v19.e50377Palavras-chave:
slam, poesia, literatura marginal, DecolonialidadeResumo
Neste artigo, discuto as relações entre o slam (campeonato de poesia falada) e a literatura marginal no Brasil, a partir de uma leitura interpretativa do texto “Poesia Marginal”, de Tawane Teodoro, apresentado nos slams e publicado no livro “As minas do slam” (2023, Periferias e Ganesha Cartonera). O poema versa sobre as relações entre a poesia e a periferia, além do contexto de desenvolvimento de uma poesia marginal no cenário dos slams. Utilizo uma metodologia de caráter analítico-interpretativo que conta com um aporte teórico relacionado à literatura marginal (Ferréz, 2005; Nascimento, 2009; Oliveira, 2011), ao slam (Bortolozzo, 2021; Rosa e Leite, 2023; Pimentel, Souza e Costa, 2023) e à decolonialidade (Mignolo, 2017; Curiel, 2017). As reflexões demonstram que o slam opera uma resistência discursiva que, além de revidar as opressões, mobiliza um projeto pedagógico de literatura para a construção de futuros outros, o que o configura como um movimento de perspectiva decolonial no campo literário.
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Referências
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