Mediatização e publicação de literaturas orais africanas
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e32943Palavras-chave:
Literaturas orais africanas, Edição bilingue. Edição sonora, Edição audiovisual, Edição eletrônicaResumo
A literatura oral, na sua inclinação original, é por natureza “i-mediata”, ou seja, ela não precisa de nenhum outro meio além do suporte da voz e da linguagem articulada para ser transmitida. É uma literatura da deixis que só se manifesta num determinado momento entre uma instância de emissão e uma instância de recepção presentes hic et nunc, podendo ser individuais ou coletivas. Mas o desenvolvimento de diversos tipos de mídias generalizadas no mundo inteiro há muito tempo favoreceu sua mediatização. Inicialmente, ocorreu com o rádio, depois com a tv e, mais recentemente, com todas as possibilidades oferecidas pela Internet e todos os sites da Web. Essa mediatização ultrapassa a edição propriamente dita dessas obras, que corresponde a um quadro jurídico específico; ela provém, entretanto, da mesma problemática fundamental na medida em que permite à literatura oral uma comunicação diferenciada, eventualmente reversível e sobretudo reprodutível na medida em que seu registro permite uma estocagem dessas performances. Mas o modo mais generalizado de difusão dos enunciados de literatura oral, sobretudo antes da revolução digital, ainda é a edição, seja no meio impresso, tendo o papel como suporte (livros), seja na forma de publicações sonoras (discos, CDs) e audiovisuais (DVD).
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