O nitrogênio como mitigador do estresse salino nas mudas de maracujazeiro amarelo
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n2p611Palavras-chave:
Sulfato de amônio, Passiflora edulis Sims, Água salina, Ureia.Resumo
A baixa qualidade química da água, especialmente nas regiões áridas e semiáridas, quase sempre impede a prática da agricultura irrigada, exigindo a adoção de técnicas que atenuem os efeitos deletérios do excesso de sal no solo e nas plantas. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a eficiência da adubação nitrogenada na mitigação dos efeitos negativos do excesso de sal na água de irrigação, sobre o crescimento de mudas de maracujazeiro amarelo, produzidas em tubetes contendo 0,65 dm3 de substrato em uma estufa telada. Os tratamentos, distribuídos em blocos ao acaso, obedeceu um esquema fatorial de 5 × 3 – cinco condutividade elétrica da água de irrigação (0,3; 1,0; 2,0; 3,0; e 4,0 dS m?1) combinadas níveis de adubação nitrogenada (sem adubação nitrogenada e com aplicação 150 mg dm?3 de N utilizando sulfato de amônio ou ureia). As avaliações foram realizadas aos 80 dias após a semeadura e consistiram em medir a altura da muda, o diâmetro do caule, o número de folhas, a área foliar, o teor foliar de nitrogênio, os índices foliares de clorofila “a” e “b” e clorofila total, a área foliar específica, a razão de área foliar e o Índice de qualidade de Dickson. O aumento na condutividade elétrica da água de irrigação reduziu a qualidade das mudas de maracujazeiro amarelo. A adubação nitrogenada, com ureia ou sulfato de amônio, atenuou os efeitos da salinidade da água de irrigação e aumentou o crescimento e a qualidade das mudas de maracujazeiro amarelo. As mudas de maracujazeiro amarelo com padrão de qualidade mínima (IQD) podem ser produzidas com água de irrigação de 1,8 dS m?1, considerando-a moderadamente sensível. A maior qualidade proporcionada pelo nitrogênio às mudas de maracujazeiro amarelo as tornaram mais tolerantes a salinidade, possibilitando utilizar água com 2,1 e 2,5 dS m?1 sob adubação com sulfato de amônio e ureia, respectivamente.Downloads
Referências
AREF, I. M.; SHETTA, N. D. Impact of nitrogen sources on growth of Zizyphus spina-christi (L.) Willd. and Acacia tortilis subsp. tortilis (Forssk.) Hayne seedlings grown under salinity stress. Asian Journal of Crop Science, Dubai, v. 5, n. 4, p. 416-425, 2013.
AYERS, R. S.; WESTCOT, D. W. Water quality for agriculture. Rome: Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO, irrigation and drainage paper), 1994. 130 p.
BEZERRA, J. D.; PEREIRA, W. E.; SILVA, J. M. da; RAPOSO, R. W. C. Crescimento de dois genótipos de maracujazeiro-amarelo sob condições de salinidade. Revista Ceres, Viçosa, MG, v. 63, n. 4, p. 502-508, 2016.
BHATT, M. J.; PATEL, A. D.; BHATTI, P. M.; PANDEY, A. N. Effect of soil salinity on growth, water status and nutrient accumulation seedlings of Ziziphus mauritiana (Rhamnaceae). Journal of Fruit and Ornamental Plant Research, Warszawa, v. 16, n. 2, p. 383-401, 2008.
CAVALCANTE, L. F.; SOUSA, G. G.; GONDIM, S. C.; FIGUEIREDO, F. L.; CAVALCANTE, I. H. L.; DINIZ, A. A. Crescimento inicial do maracujazeiro amarelo manejado em dois substratos irrigados com água salina. Irriga, Botucatu, v. 14, n. 4, p. 504-517, 2009.
DEBOUBA, M.; GOUIA, H.; VALADIER, M. H.; GHORBEL, M. H.; SUZUKI, A. Salinity-induced tissue-specific diurnal changes in nitrogen assimilatory enzymes in tomato seedlings grown under high or low nitrate medium. Plant Physiology and Biochemistry, Amsterdam, v. 44, n. 5-6, p. 409-419, 2006.
FEIJÃO, A. R.; SILVA, J. C. B. da; MARQUES, E. C.; PRISCO, J. T.; GOMES-FILHO, E. Efeito da nutrição de nitrato na tolerância de plantas de sorgo sudão à salinidade. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 42, n. 3, p. 675-683, 2011.
FLORES, P.; CARVAJAL, M.; CERDÁ, A.; MARTÍNEZ, V. Salinity and ammonium/nitrate interactions on tomato plant development, nutrition, and metabolites. Journal of Plant Nutrition, Athens, v. 24, n. 10, p. 1561-1573, 2001.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS - FAO. Tropical fruits compendium. Yaoundé: Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), 2011. 32 p.
FREITAS, J. C. D. O.; ALMEIDA, A.-A. F.; LAGO, M. F.; SOUZA, M. M.; SOUZA JÚNIOR, J. O. Características morfofisiológicas de plantas clonais de Passiflora alata crescidas em diferentes doses de nitrogênio e níveis de sombreamento. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 34, n. 3, p. 859-872, 2012.
HESSINI, K.; HAMED, K. B.; GANDOUR, M.; MEJRI, M.; ABDELLY, C.; CRUZ, C. Ammonium nutrition in the halophyte Spartina alterniflora under salt stress: evidence for a priming effect of ammonium? Plant Soil, Switzerland, v. 370, n. 1-2, p. 163-173, 2013.
HUNT, G. A. Effect of styroblock design and copper treatment on morphology of conifer seedlings. In: ROSE, R.; CAMPBELL, S. J.; LANDIS, T. D. Proceedings, western forest nursery association. Roseburg: National Nursery Proceedings, 1990a. p. 13-17.
KANT, S.; KANT, P.; LIPS, H.; BARAK, S. Partial substitution of NO-3 by NH+4 fertilization increases ammonium assimilating enzyme activities and reduces the deleterious effects of salinity on the growth of barley. Journal of Plant Physiology, Amsterdam, v. 164, n. 3, p. 303-311, 2007.
MARSCHNER, P. Mineral nutrition of higher plants. 3th ed. San Diego: Elsevier, 2012. 651 p.
MASCLAUX-DAUBRESSE, C.; DANIEL-VEDELE, F.; DECHORGNAT, J.; CHARDON, F.; GAUFICHON, L.; SUZUKI, A. Nitrogen uptake, assimilation and remobilization in plants: challenges for sustainable and productive agriculture. Annals of Botany, Oxford, v. 105, n. 7, p. 1141-1157, 2010.
MUNNS, R.; TESTER, M. Mechanisms of salinity tolerance. Annual Review of Plant Biology, Palo Alto, v. 59, n. 1, p. 651-681, 2008.
NASCIMENTO, E. S.; CAVALCANTE, L. F.; GONDIM, S. C.; SOUZA, J. T. A.; BEZERRA, F. T. C.; BEZERRA, M. A. F. Formação de mudas de maracujazeiro amarelo irrigadas com águas salinas e biofertilizantes de esterco bovino. Revista Agropecuária Técnica, Areia, v. 38, n. 1, p. 1-8, 2017.
NOVAIS, R. F. de; NEVES, J. C. L; BARROS, N. F. Ensaio em ambiente controlado. In: OLIVEIRA, A. J. de; GARRIDO, W. E.; ARAUJO, J. D. de; LOURENÇO, S. Métodos de pesquisa em fertilidade do solo. Brasília: EMBRAPA-SEA, 1991. p. 189-253.
OLIVEIRA, F. I. F. de; SOUTO, A. G. de L.; CAVALCANTE, L. F.; MEDEIROS, W. J. F. de; BEZERRA, F. T. C.; BEZERRA, M. A. F. Quality of jackfruit seedlings under saline water stress and nitrogen fertilization. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 38, n. 4, p. 2337-2350, 2017. Supplement 1.
POMMER, C. V.; BARBOSA, W. The impact of breeding on fruit production in warm climates of Brazil. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 31, n. 2, p. 612-635, 2009.
PRISCO, J. T.; GOMES FILHO, E. G.; MIRANDA, R. de S. Physiology and biochemistry of plants growing under salt stress. In: GHEYI, H. R.; DIAS, N. da S.; LACERDA, C. F. de; GOMES FILHO, E. Manejo da salinidade na agricultura: estudos básicos e aplicados. Fortaleza: INCTSal, 2016. p. 163-180.
QADOS, A. M. S. A. Effect of salt stress on plant growth and metabolism of bean plant Vicia faba (L.). Journal of the Saudi Society of Agricultural Sciences, Riyadh, v. 10, n. 1, p. 7-15, 2011.
TAIZ, L.; ZEIGER, E.; MØLLER, I. M.; MURPHY, A. Fisiologia e desenvolvimento vegetal. 6th ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 858 p.
TEIXEIRA, P. C.; DONAGEMA, G. K.; FONTANA, A.; TEIXEIRA, W. G. Manual de métodos de análise de solo. 3th ed. Brasília: EMBRAPA, 2017. 573 p.
VERBRUGGEN, N.; HERMANS, C. Proline accumulation in plants: a review. Amino Acids, Netherlands, v. 35, n. 4, p. 753-759, 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Semina: Ciências Agrárias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Semina: Ciências Agrárias adota para suas publicações a licença CC-BY-NC, sendo os direitos autorais do autor, em casos de republicação recomendamos aos autores a indicação de primeira publicação nesta revista.
Esta licença permite copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato, remixar, transformar e desenvolver o material, desde que não seja para fins comerciais. E deve-se atribuir o devido crédito ao criador.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário.
