Trocas gasosas, crescimento e produção de quiabeiro cultivado com águas salinas e adubação silicatada
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2020v41n5supl1p1937Palavras-chave:
Abelmoschus esculentus L., Estresse salino, Silício.Resumo
O excesso de sais na água e/ou no solo é um fator crítico que afeta adversamente a fisiologia, o crescimento e limita a produção dos cultivos no semiárido do Nordeste brasileiro. Uma forma de reduzir o efeito do estresse salino sobre as plantas é o uso da adubação com silício. Neste contexto, objetivou-se avaliar as trocas gasosas, o crescimento e a produção do quiabeiro cv. Valença em função da irrigação com águas salinas e doses de silício. O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação no município de Pombal-PB. Adotou-se o delineamento experimental de blocos casualizados, em esquema fatorial 5 x 2, sendo cinco níveis de condutividade elétrica da água – CEa (0,3; 1,0; 1,7; 2,4 e 3,1 dS m-1) e duas doses de adubação silicatada (100 e 200 g de Si planta-1) com quatro repetições. O estresse salino aumentou a concentração intercelular de CO2 na câmera subestomática e reduziu a taxa de assimilação de CO2, a eficiência instantânea de carboxilação, o crescimento e a produção das plantas de quiabeiro. A eficiência intrínseca no uso da água e o peso médio de frutos do quiabeiro não foram influenciados pela irrigação com águas salinas e doses de silício. O fornecimento de 200 g planta-1 de silício diminuiu o efeito deletério do estresse salino sobre a condutância estomática e a área foliar de quiabeiro, aos 45 dias após a semeadura, no entanto, não aumentou produção da cultura.Downloads
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