Diagnóstico socioeconômico da produção leiteira em três assentamentos de reforma agrária no semiárido do Estado de Sergipe
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2013v34n4p1869Palavras-chave:
Agricultura familiar, Assistência técnica, Rebanho leiteiro.Resumo
Foi realizado um levantamento socioeconômico da pecuária leiteira, no período de novembro de 2007 a Janeiro de 2008, nos assentamentos de reforma agrária Paulo Freire, Cachoeirinha e Cajueiro, localizados nos municípios sergipanos de Porto da Folha, Gararu e Poço Redondo. Os dados foram obtidos por meio da aplicação de questionários aos produtores, contendo perguntas abertas que abordaram questões relacionadas desde o fator social ao econômico. Foi observado alto índice de analfabetismo entre os produtores dos assentamentos pesquisados (variando de 28,5 a 49%), o qual interfere negativamente no sistema de produção devido a sua dificuldade em entender e aplicar novas tecnologias. O rebanho era caracterizado por animais mestiços provenientes de cruzamentos entre Holandês e Gir ou Guzerá e pequena produção média diária (de 5,4 a 6,5 litros/vaca), com redução na lucratividade e comprometimento da renda familiar. Percebeu-se relação desfavorável entre o valor recebido por litro de leite - variando de R$ 0,52 a R$ 0,54, entre os assentamentos - e o custo médio de produção de um litro de leite, variando de R$ 1,19 a R$ 1,44. Além disso, a dificuldade de acesso à tecnologia e assistência técnica foram problemas encontrados em 23,8; 90 e 84,8%, respectivamente, nos assentamentos Paulo Freire, Cachoeirinha e Cajueiro. Dessa forma, é necessário o fomento de pesquisas e alternativas para melhorar a produtividade e a sustentabilidade de produtores com essas condições de criação e que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invista principalmente em assistência técnica e educação aos assentados para que se promova uma aceleração e melhoria no seu desenvolvimento.
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