A política cultural da capoeira contemporânea: uma etnografia sobre os casos brasileiro e português
DOI:
https://doi.org/10.5433/2176-6665.2016v21n2p97Palavras-chave:
Capoeira, Política Cultural, Brasil, PortugalResumo
Uma etnografia sobre a transnacionalização do Grupo de Capoeira Angola Irmãos Guerreiros (GCAIG) nos conduziu a duas categorias que qualificam diferentes formas de Capoeira: “esporte” e “cultura”. O uso nativo de tais noções remete à existência de disputas no campo da Capoeira que associam “cultura” com um saber “tradicional” e “esporte” com um saber “erudito”. Visamos aqui descrever algumas implicações políticas desses usos em dois contextos contemporâneos: Brasil e Portugal. Concluímos que a perspectiva “cultural” ganha força no Brasil gerando espaço para a multiplicidade de saberes nativos, enquanto que em Portugal a perspectiva “esportiva” prevalece submetendo grupos de diferentes vertentes a uma única forma de organização.Downloads
Referências
ASSUNÇÃO, Matthias Röhrig. Capoeira circle or sports academy? The emergence of modern styles of capoeira and their global context. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 135-150, 2014.
BRASIL, MinC. Roda de Capoeira recebe título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, 2014. Disponível em: https://unilab.edu.br/2014/11/28/roda-de-capoeira-recebe-titulo-de-patrimonio-cultural-imaterial-da-humanidade. Acesso em 15 de março de 2016.
BRITO, Celso de. A regulação da instanciação religiosa na capoeira angola globalizada: a relação entre o grupo irmãos guerreiros e o Ilê Obá Silekê de Berlim, Alemanha. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, 30., 2016, João Pessoa. Anais... João Pessoa: UFPB, 2016.
BRITO, Celso de. A roda do mundo: fundamentos da Capoeira Angola “glocalizada”. 2010. 190 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010.
BRITO, Celso de. A transnacionalização da capoeira angola: uma etnografia sobre a geoeconomia política nativa. 2015, 315 f. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto alegre, 2015.
BURLAMAQUI, Aníbal, Mestre Zuma. Ginástica nacional (capoeiragem) metodizada e regrada. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1928.
CARNEIRO, Edison. Capoeira de Angola. In: CARNEIRO, Edison. Religiões Negras; negros Bantos. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
FONSECA, Vivian Luiz. A Capoeira Contemporânea: antigas questões, novos desafios. Recorde: Revista de História do Esporte, v. 01, n. 01, 2008. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/Recorde/article/view/795/736. Acesso em 10 de julho de 2016.
FONSECA, Vivian Luiz. O registro da capoeira e a política de preservação do patrimônio imaterial no Brasil: práxis política, luta por direitos e reparação. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, 30., 2016, João Pessoa. Anais... João Pessoa: UFPB, 2016.
FRIGERIO, Alejandro. Capoeira: de arte negra a esporte branco. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 4, n. 10, p. 85-98, 1989.
FRIGERIO, Alejandro. Re-africanization in secondary religious diaspora: constructing a world religion. Civilisations Revue Internationale d’Anthropologie et de Sciences Humaines, Bruxelas, v. 51, p. 39-60, 2004.
GRUPO DE CAPOEIRA ANGOLA IRMÃOS GUERREIROS. Disponível em: https://irmaosguerreiros.wixsite.com/saopaulo. Acesso em: 5 mar. 2016.
INSTITUTO DO PATRIMONIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Parecer Técnico 0523/2013. Brasília, 2013.In: MARINHO, Inezil Penna. A ginástica brasileira: resumo do projeto geral. Brasília: Autor, 1982.
ORTIZ, Renato. A morte branca do feiticeiro Negro. Petrópolis: Vozes, 1978.
QUERINO, Manuel. Costumes africanos no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1938.
SARAIVA, Maria Clara. Afro-Brazilian religions in Portugal: bruxos, priests and pais de santo. Etnográfica, Lisboa, v. 14, n. 2, p. 265-288, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais relativos aos artigos publicados em Mediações são do(a)s autore(a)s; solicita-se aos(às) autore(a)s, em caso de republicação parcial ou total da primeira publicação, a indicação da publicação original no periódico.
Mediações utiliza a licença Creative Commons Attribution 4.0 International, que prevê Acesso Aberto, facultando a qualquer usuário(a) a leitura, o download, a cópia e a disseminação de seu conteúdo, desde que adequadamente referenciado.
As opiniões emitidas pelo(a)s autore(a)s dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.