As estratégias de manutenção dos bens materiais e simbólicos no futebol carioca do início do século XX: Bangu Athletic Club e Club de Regatas Vasco da Gama

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2019v24n3p153

Palavras-chave:

Hasenbalg, Futebol, Rio de Janeiro, Bangu, Vasco

Resumo

O objetivo do artigo ora apresentado é o de realizar uma investigação, a partir do arcabouço teórico elaborado por Carlos Hasenbalg, das estratégias de manutenção das desigualdades raciais e sociais no futebol carioca em seus primeiros anos. Para isto, consideraremos como marcos empíricos os casos do Bangu Athletic Club e do Club de Regatas Vasco da Gama, clubes de caráter popular, e as reações dos rivais consolidados da cidade, vinculados às elites socioeconômicas, para impedir a ascensão esportiva destes clubes. A cor e a posição social aparecem como critérios de distinção e obstáculos aos benefícios materiais e simbólicos. A tensão entre amadorismo e profissionalismo, com a ascensão do Vasco da Gama, provocaria consequências irreversíveis ao futebol da cidade.

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Biografia do Autor

Pedro Jorge Lo Duca Vasconcellos, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Doutor em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO. 

Andrea Lopes da Costa, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

Doutora em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - IUPRJ. Professora na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

Jose Jairo Vieira, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Doutor em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro - IUPERJ. Professor da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRJ.

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Publicado

2019-12-11

Como Citar

VASCONCELLOS, Pedro Jorge Lo Duca; COSTA, Andrea Lopes da; VIEIRA, Jose Jairo. As estratégias de manutenção dos bens materiais e simbólicos no futebol carioca do início do século XX: Bangu Athletic Club e Club de Regatas Vasco da Gama. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 24, n. 3, p. 153–166, 2019. DOI: 10.5433/2176-6665.2019v24n3p153. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/36368. Acesso em: 24 nov. 2024.

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