Entre tempos: ensaio para uma antropologia depois da encruzilhada
DOI:
https://doi.org/10.5433/2176-6665.2022v27n3e46577Palavras-chave:
antropologia, etnografia, reflexividade, confinamento racial, ações afirmativasResumo
O curso da história da antropologia está permeado de elaborações que conformam um corpo diversificado de reflexões acerca da prática antropológica, servindo como um referencial para os profissionais da área. No entanto, esse referencial tem sido pensado privilegiando a experiência de um perfil restrito de pesquisadores, em grande parte desconsiderando experiências que, de outro modo, seguem percebidas como episódicas, esparsas e individuais. O presente ensaio propõe o exercício de conectar essas experiências para refletir sobre questões ético-metodológicas que se apresentam tanto na pesquisa de campo quanto na experiência da escrita quando consideramos a produção de conhecimento no contexto da vigência das ações afirmativas.
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