Entre tempos: ensaio para uma antropologia depois da encruzilhada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2022v27n3e46577

Palavras-chave:

antropologia, etnografia, reflexividade, confinamento racial, ações afirmativas

Resumo

O curso da história da antropologia está permeado de elaborações que conformam um corpo diversificado de reflexões acerca da prática antropológica, servindo como um referencial para os profissionais da área. No entanto, esse referencial tem sido pensado privilegiando a experiência de um perfil restrito de pesquisadores, em grande parte desconsiderando experiências que, de outro modo, seguem percebidas como episódicas, esparsas e individuais. O presente ensaio propõe o exercício de conectar essas experiências para refletir sobre questões ético-metodológicas que se apresentam tanto na pesquisa de campo quanto na experiência da escrita quando consideramos a produção de conhecimento no contexto da vigência das ações afirmativas.

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Biografia do Autor

Barbara Pimentel da Silva Cruz, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestre em Antropologia Social (2018). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutoranda em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Publicado

2022-12-20

Como Citar

CRUZ, B. P. da S. Entre tempos: ensaio para uma antropologia depois da encruzilhada. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 27, n. 3, p. 1–15, 2022. DOI: 10.5433/2176-6665.2022v27n3e46577. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/46577. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê

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