Viajar nas experiências de mulheres: reflexões sobre os sentidos da mobilidade
DOI:
https://doi.org/10.5433/2176-6665.2019v24n3p200Palavras-chave:
Sentidos da mobilidade, Experiências de deslocamento, Narrativas de mulheresResumo
Com base em pesquisa empírica realizada em Santa Lúcia, pequeno município localizado no centro da produção canavieira paulista, o objetivo deste artigo é analisar experiências de mobilidade de mulheres que viajaram do Maranhão para São Paulo. Baseada na expressão nativa viajar, busco evidenciar as múltiplas motivações e formas de atribuição de sentido às mobilidades no universo pesquisado. Parte considerável dos estudos migratórios, centrada na perspectiva de análise dos deslocamentos laborais, acaba por restringir as mobilidades à esfera do trabalho. De outro modo, no universo das migrações, as mulheres também são vistas como aquelas que esperam pelos maridos que partiram, ou como aquelas que os seguem ou os acompanham. Argumento, com base em relatos de campo, que as mulheres participam ativamente das decisões e negociações sobre o ir e vir das famílias. Para além das relações com o trabalho, destaco também os projetos de construção de autonomia individual e/ou familiar, as dimensões associadas aos atos de conhecer e cuidar, além dos acontecimentos relativos às separações, nascimentos e doenças como principais motivações e sentidos que emergem das narrativas das mulheres. As trajetórias aqui discutidas foram reconstruídas com base em materiais de pesquisa compostos por entrevistas em profundidade e fragmentos de conversas informais, ocorridos durante a realização do trabalho de campo.Downloads
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