O gênero da ciência. reflexões sobre a teoria ator-rede e a perspectiva feminista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2015v20n1p69

Palavras-chave:

Teoria do ator-rede, Teoria feminista, Ciência, Gênero, Antropologia

Resumo

O presente artigo problematiza alguns dos princípios que orientam as formas descritivas da Teoria Ator-Rede (ANT), de Bruno Latour, e da teoria feminista, sobre o “ponto de vista” formulada por Sandra Harding e Evelyn Fox Keller, por meio de minha pesquisa sobre o “Caso Marie Curie”. Como um caso singular entre gênero e ciência, o objetivo desse artigo é jogar as certezas da ANT contra as incertezas da perspectiva feminista, e as certezas da perspectiva feminista contra as incertezas da ANT. Isto é, reagir – no sentido químico do verbo – às formas descritivas da Teoria Ator-Rede e da perspectiva feminista “desobviando” alguns de seus pressupostos. Trata-se de explorar as decorrências dessas reações e seus efeitos para a descrição que fazemos da ciência.

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Biografia do Autor

Gabriel Pugliese Cardoso, Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF

Doutor em Ciência Social pela Universidade de São Paulo - USP. Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF.

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Publicado

2015-03-14

Como Citar

CARDOSO, Gabriel Pugliese. O gênero da ciência. reflexões sobre a teoria ator-rede e a perspectiva feminista. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 20, n. 1, p. 69–88, 2015. DOI: 10.5433/2176-6665.2015v20n1p69. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/20912. Acesso em: 3 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê