Reflexões sobre Macunaíma, de Mário de Andrade, à luz do conceito de pensamento liminar
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2016v11.e31278Palavras-chave:
Macunaíma, Pensamento liminar, Literatura Brasileira, Linguagem.Resumo
O objetivo deste trabalho é realizar uma análise parcial de Macunaíma (1928), de Mário de Andrade, sob a perspectiva de alguns temas tratados por Mignolo em Histórias locais, projetos globais (2003). A proposta é pensar de que forma uma obra da literatura brasileira reflete os dilemas da condição “subalterna” e “marginal” de países da América Latina, como o Brasil, diante do paradigma do pensamento eurocêntrico. Considerando os conceitos de pensamento liminar, de modernidade e colonialidade (MIGNOLO, 2003), esta análise se dará em duas etapas. Inicialmente serão feitas considerações sobre como o enredo retrata as tensões entre o colonizado (brasileiro) e o colonizador (europeu), levando em conta a narrativa contestadora dos padrões tradicionais e a linguagem adotada na obra. Em seguida se fará uma análise do capítulo intitulado “Carta pras icamiabas”, percebendo como a escolha da expressão linguística revela uma resistência epistêmica à linguagem convencional do português europeu, e de como são satirizadas e negadas as disposições civilizatórias de uma lógica racionalizadora. Dessa forma, busca-se compreender a abordagem de Mignolo juntamente com as questões levantadas em Macunaíma sobre a afirmação das formas de pensamento latino-americanas/brasileiras, resistentes a um único modelo (ocidental) de conhecimento.
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Referências
BOSI, Alfredo. Céu, inferno: ensaios de crítica literária e ideológica. São Paulo: Editora 34, 2003.
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