O freestyle em perspectiva: análise das práticas orais de rappes londrinenses

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2007v2.e30886

Palavras-chave:

Freestyle, Performance, Poder, Rap, Londrina.

Resumo

O presente artigo é resultado de uma pesquisa sobre a performance no Hip Hop, a qual teve como objeto a prática verbo-musical intitulada freestyle. Primeiramente, classificamos o movimento Hip Hop dentro de seu contexto urbano, evidenciando as condições proporcionadoras da sua emersão. Analisamos também as aproximações ocorrentes entre o freestyle e o canto alternado caracterizado por repente. De modo que a pesquisa se tornasse mais abrangente utilizamos fontes orais, obtidas por meio de entrevistas com rappers para caracterizar a prática do freestyle como performance, de acordo com a teorias de Paul Zumthor - um enunciado transmitido em um momento transitório e único podendo ser registrado na memória de seu público receptor. Analisaremos ainda, o processo de construção no discurso do freestyle, demonstrando a importância de sua legitimação perante seus receptores. Nesse sentido, abordaremos a relação entre o conceito de poder e o de discurso. Nosso interesse concentra-se na grande capacidade de criação poética presente na cultura de rua na qual um número restrito de representantes obteve contato com a escolaridade regular.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Sara Guerreiro Parada, Universidade Estadual de Londrina

Graduada em Letras pela Universidade Estadual de Londrina

Frederico Fernandes, Universidade Estadual de Londrina

Professor da Universidade Estadual de Londrina

Referências

AMARAL, Marina. Mais de 50.000 manos. In: Caros Amigos Especial. Movimento Hip-hop: a periferia mostra seu magnífico rosto novo. N.3, set., p. 4-8, 1998

BERMAN, Marshall. Entrevista. In: Folha de São Paulo, São Paulo, 14 out. 2001. Mais!, p. 4-9.

CANDIDO, A. Literatura e Sociedade. São Paulo: Cia Ed. Nacional, 1975.

CASCUDO, C. A Literatura Oral no Brasil. 2 ed. São Paulo: Global, 2006.

CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano. 1. Artes de fazer. 6 ed., Petrópolis: Vozes, 2001.

FERNANDES, F. (org) Oralidade e Literatura. Londrina: Eduel, 2003.

FOUCAULT, M. Ordem do Discurso. 11. ed. São Paulo: Loyola, 2004

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 15 ed., São Paulo: Cortez, 1986.

HAVELOCK, Eric. Prefácio a Platão. Trad. Eni A. Drobrazinsky. Campinas: Papirus, 1996.

NOGUEIRA, Carlos. O essencial sobre o cancioneiro narrativo tradicional. 2. ed.Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 2002.

ROSE, T. “Um estilo que ninguém segura: política, estilo e a cidade pósindustrial no hip-hop” In: HERSCHMANN, M. (org.) Abalando os anos 90: funk e hip-hop, globalização, violência e estilo cultural. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

SPENSY, Pimentel. O livro vermelho do rap, Escola de Comunicação e Artes Usp, 1998.

ZUMTHOR, Paul. Poesia, tradição e esquecimento. Folha de São Paulo, São Paulom, 17 set, 1988. Folhetim, p. 2-11.

ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz: a literatura medieval. Trad. Jerusa Pires Ferreira e Amalio Pinheiro. São Paulo: Cia. Das Letras, 1993.

ZUMTHOR, Paul. Recepção, Performance, Leitura. Tradução Jerusa Pires Ferreira. São Paulo: Educ, 2000

Downloads

Publicado

2017-09-27

Como Citar

Parada, S. G., & Fernandes, F. (2017). O freestyle em perspectiva: análise das práticas orais de rappes londrinenses. Boitatá, 2(4), 35–50. https://doi.org/10.5433/boitata.2007v2.e30886

Edição

Seção

Dossiê