Controle in vitro de Botrytis cinerea e Penicillium italicum por leveduras antagonistas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2020v41n5supl1p2411

Palavras-chave:

Antagonismo, Bolor azul, Compostos voláteis, Controle Biológico, Mofo cinzento.

Resumo

O mofo cinzento na uva (causada por Botrytis cinerea) e o bolor azul nos citros (causada por Penicillium italicum) são doenças de pós-colheita que causam perdas importantes nestas culturas. O controle destas doenças é baseado na utilização de fungicidas químicos sintéticos. O aumento das políticas regulatórias e a demanda para reduzir a aplicação de agrotóxicos, devido a efeitos prejudiciais ao meio ambiente e aos seres humanos, levam à procura de alternativas mais ecológicas como o uso de agentes de controle biológico. Desta forma, o presente trabalho teve por finalidade analisar o potencial antagônico de quatro cepas de leveduras, Pichia caribbica (CCMA 0759), Hanseniaspora opuntiae (CCMA 0760), Pichia manshurica (CCMA 0762) e Lachancea thermotolerans (CCMA 0763) no controle de B. cinerea e P. italicum. Para avaliar o antagonismo por compostos voláteis, foram utilizadas placas bipartidas contendo meio batata-dextrose-ágar (BDA) onde foram colocados um disco micelial dos fungos e uma suspensão de 3,0x106 cél. mL-1 das leveduras em lados opostos da placa. Avaliou-se o diâmetro da colônia e índice de velocidade de crescimento micelial dos fungos, comparando-a com a placa controle sem a levedura. Para a avaliação do antagonismo de substâncias difusíveis no meio, as leveduras foram estriadas a 3 cm do centro de placas contendo meio BDA e após 48 h colocou-se um disco micelial de cada fitopatógeno no centro das mesmas. Avaliou-se o crescimento da colônia, a formação do halo de inibição e o índice de velocidade de crescimento micelial comparando-os com a placa controle. Todos os isolados apresentaram efeito antagônico no crescimento micelial de B. cinerea nos dois testes realizados. H. opuntiae, L. thermotolerans, P. caribbica e P. manshurica inibiram o crescimento micelial em aproximadamente 82%, 75%, 72% e 50%, respectivamente, no teste de compostos voláteis. P. caribbica e P. manshurica inibiram o crescimento micelial em 58% e 33%, respectivamente, no teste de antagonismo por substâncias difusíveis no meio. Contudo, nos testes com P. italicum as leveduras não apresentaram efeito antagônico. Deste modo, todas as cepas utilizadas apresentam potencial para ser testados no controle de mofo cinzento em uva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renata Mori Thomé, Universidade Estadual de Londrina

Discente do Curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade Estadual de Londrina, UEL, Londrina, PR, Brasil.

Luiz Vitor Barbosa de Oliveira, Universidade Estadual de Londrina

Discente do Curso de Graduação em Agronomia, UEL, Londrina, PR, Brasil.

Ciro Hideki Sumida, Universidade Estadual de Londrina

Prof. Dr., Departamento de Agronomia, Universidade Estadual de Londrina, UEL, PR, Brasil.

Maria Isabel Balbi-Peña, Universidade Estadual de Londrina

Profa Dra, Departamento de Agronomia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, UEL, Londrina, PR, Brasil.

Referências

Amorim, L., Spósito, M. B., & Kuniyuki, H. (2016). Doenças da videira. In: L., Amorim, J. A. M. Rezende, A. Bergamim Fo, & L. E. A. Camargo (Eds.), Manual de fitopatologia (pp. 745-758). São Paulo: Editora Ceres, BR.

Bassanezi, R. B., Silva, G. J., Feichtenberger, E., Belasque, J., Jr., Behlau, F., & Wulff, N. A. (2016). Doenças dos citros. In: L., Amorim, J. A. M. Rezende, A. Bergamim Fo, & L. E. A. Camargo (Eds.), Manual de Fitopatologia (pp. 271-306). São Paulo: Editora Ceres, BR.

Campos Nogueira, E. M. de, Ferrari, J. T., & Töfoli, J. G. (2017). Doenças fúngicas da videira: sintomas e manejo. (Documento Técnico, 2017). São Paulo, SP: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Agricultura e Abastecimento Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Instituto Biológico.

Coelho, A. R., Celli, M. G., Ono, E. Y. S., Wosiacki, G., Hoffmann, F. L., Pagnocca, F. C., & Hirooka, E. Y. (2007). Penicillium expansum versus antagonist yeasts and patulin degradation in vitro. Brazilian Archives of Biology and Technology, 50(4), 725-733. doi: 10.1590/S1516-89132007000400019

Ferreira-Saab, M., Formey, D., Torres, M., Aragón, W., Padilla, E. A., Tromas, A.,…Serrano, M. (2018). Compounds released by the biocontrol yeast Hanseniaspora opuntiae protect plants against Corynespora cassiicola and Botrytis cinerea. Frontiers in Microbiology, 9(1596), 1596-1608. doi: 10.3389/fmicb.2018.01596

Fisher, M. C., Hawkins, N. J., Sanglard, D., & Gurr, S. J. (2018). Worldwide emergence of resistance to antifungal drugs challenges human health and food security. Science, 360(6390), 739-742. doi: 10.1126/ science.aap7999

Hatoum, R., Labrie, S., & Fliss, I. (2012). Antimicrobial and probiotic properties of yeasts: from fundamental to novel applications. Frontiers in Microbiology, 3(421), 1-12. doi: 10.3389/fmicb.2012. 00421

Heling, A. L., Kuhn, O. J., Stangarlin, J. R., Henkemeier, N. P., Coltro-Roncato, S., & Gonçalves, E. D. V. (2017). Controle biológico de antracnose em pós‐colheita de banana “Maçã” com Saccharomyces spp. Summa Phytopathologica, 43(1), 49-51. doi: 10.1590/0100-5405/2105

Kupper, K. C., Cervantes, A. L. L., Klein, M. N., & Silva, A. C. (2013). Avaliação de microrganismos antagônicos, Saccharomyces cerevisiae e Bacillus subtilis para o controle de Penicillium digitatum. Revista Brasileira de Fruticultura, 35(2), 425-436. doi: 10.1590/S0100- 29452013000200011

Lahlali, R., Hamadi, Y., El Guilli, M., & Haissam Kikakli, M. (2011). Efficacy assessment of Pichia guilliermondii strain Z1, a new biocontrol agent, against citrus blue mould in Morocco under the influence of temperature and relative humidity. Biological Control, 56(3), 217-224. doi: 10.1016/ j.biocontrol.2010.12.001

Lima, J. R., Gonçalves, L. R. B., Brandão, L. R., Rosa, C. A., & Viana, F. M. P. (2013). Isolation, identification, and activity in vitro of killer yeasts against Colletotrichum gloeosporioides isolated from tropical fruits. Journal of Basic Microbiology, 53(7), 590-599. doi: 10.1002/jobm.201200049

Lozowicka, B., Hrynki, I., Kaczynski, P., Jankowska, M., & Rutkowska, E. (2016). Long-term investigation and health risk assessment of multi-class fungicide residues in fruits. Polish Journal of Environmental Studies, 25(2), 681-697. doi: 10.15244/pjoes/61111

Martínez-Hidalgo, P., García, J. M., & Pozo, M. J. (2015). Induced systemic resistance against Botrytis cinerea by Micromonospora strains isolated from root nodules. Frontiers in Microbiology, 2(6), 922. doi: 10.3389/fmicb.2015.00922

Moura, V. S., Moretto, R. K., Machado, B. I., & Kupper, K. C. (2019). Alternativas de controle de doenças de pós-colheita em citros. Citrus Research & Technology, 40(1441), 1-11. doi: 10.4322/crt.17819

Oliveira, A. V., Rabelo, P. R., Portes, C. S., & Coelho, A. R. (2011). Biocontrole in vitro de Botrytis cinerea por leveduras killer visando aplicação em morangos pós-colheita. Revista Ciências Exatas e Naturais, 13(3), 353-364. Retrieved from https://revistas.unicentro.br/index.php/RECEN/article/view/1344/1552

Parafati, L., Vitale, A., Restuccia, C., & Cirvilleri, G. (2015). Biocontrol ability and action mechanism of food-isolated yeast strains against Botrytis cinerea causing post-harvest bunch rot of table grape. Food Microbiology, 47(10), 85-92. doi: 10.1016/j.fm.2014.11.013

Piati, A., Schneider, C. F., & Nozaki, M. H. (2011). Efeito in vitro do óleo essencial de Eucalyptus globulus sobre o crescimento e desenvolvimento de Penicillium sp. Semina: Ciências Agrárias, 32(3), 1033-1040. doi: 10.5433/1679-0359.2011v32n3p1033

Reglinski, T., Elmer, P. A. G., Taylor, J. T., Wood, P. N., & Hoyte, S. M. (2010). Inhibition of Botrytis cinerea growth and suppression of botrytis bunch rot in grapes using chitosan. Plant Pathology, 59(5), 882-890. doi: 10.1111/j.1365-3059.2010.02312.x

Rezende, D. C., Fialho, M. B., Brand, S. C., Blumer, S., & Pascholati, S. F. (2015). Antimicrobial activity of volatile organic compounds and their effect on lipid peroxidation and electrolyte loss in Colletotrichum gloeosporioides and Colletotrichum acutatum mycelia. African Journal of Microbiology Research, 9(23), 1527-1535, 2015. doi: 10.5897/AJMR2015.7425

Ruiz-Moyano, S., Martín, A., Villalobos, M. C., Calle, A., Serradilla, M. J., Córdoba, M. G., & Hernández, A. (2016). Yeasts isolated from figs (Ficus carica L.) as biocontrol agents of postharvest fruit diseases. Food Microbiology, 57(7), 45-53. doi: 10.1016/j.fm.2016.01.003

Santos, D. A., Oliveira, D. F., Tonial, I. B., Yamaguchi, M. M., & Coelho, A. R. (2016). Controle biológico em morangos in natura. In: A. F. Oliveira, & L. J. Storto (Eds.), Tópicos em ciência e tecnologia de alimentos: resultados de pesquisas acadêmicas (pp. 175-200). São Paulo: Blucher. Retrieved from https://openaccess.blucher.com.br/article-details/controle-biologico-em-morangos-in-natura-19922

Syed Ab Rahman, S. F., Singh, E., Pieterse, C. M. J., & Schenk, P. M. (2018). Emerging microbial biocontrol strategies for plant pathogens. Plant Science, 267(11), 102-111. doi: 10.1016/j.plantsci. 2017.11.012

Downloads

Publicado

2020-08-07

Como Citar

Thomé, R. M., Oliveira, L. V. B. de, Sumida, C. H., & Balbi-Peña, M. I. (2020). Controle in vitro de Botrytis cinerea e Penicillium italicum por leveduras antagonistas. Semina: Ciências Agrárias, 41(5supl1), 2411–2418. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2020v41n5supl1p2411

Edição

Seção

Comunicações

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.