Desapego apaixonado: subjetividade, política e pandemia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2021v26n1p163

Palavras-chave:

Covid-19, Pandemia, Teoria social, Subjetividade

Resumo

Em 2020, o mundo foi atingido pela pandemia de SARS-CoV-2. A crise econômica e sanitária resultante traz uma série de questões que permeiam a sociedade deste século, o sistema global e que tem impacto significativo na elaboração das subjetividades dos sujeitos modernos em relação à sociabilidade e à política. Portanto, o objetivo deste artigo é dar interpretação a alguns aspectos trazidos pela atual crise no que diz respeito à ancoragem simbólica das subjetividades. Mobilizando uma literatura multidisciplinar da sociologia, psicanálise e teoria política, com especial atenção aos autores cujas teorias visam unificar estas esferas, como Cornelius Castoriadis e Slavoj Žižek, o trabalho está estruturado em três questões principais e interdependentes: a dimensão histórica da temporalidade e a relação subjetiva com o tempo; a relação entre o imaginário social e as dimensões da alteridade e sociabilidade; o problema da ancoragem simbólica e da ação política em uma conjuntura de crise.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Francisco Julião Marins Bedê, Universidade do Estado do Rio de Janeiro -UERJ

Doutor em Sociologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro -UERJ. 

Gabriel Souza Cerqueira, Universidade Federal Fluminense - UFF

Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal Fluminsense.

Referências

ARAUJO, Kathya. El miedo a los subordinados: una teoría de la autoridad. Santiago: LOM Ediciones, 2016.

ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

BATISTA, Vera Malaguti. O medo na cidade do Rio de Janeiro: dois tempos de uma história. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2009.

BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Editora 34, 2011.

BROWN, Wendy. Undoing the Demos: neoliberalism’s stealth revolution. New York: Zone Books, 2015.

BUTLER, Judith. A vida psíquica do poder: teorias da sujeição. Belo horizonte: Autêntica Editora, 2017.

CASTORIADIS, Cornelius. A instituição imaginária da sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 1982.

CASTORIADIS, Cornelius. Encruzilhadas do labirinto II: domínios do homem. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

CERQUEIRA FILHO, Gisálio. Autoritarismo afetivo: a Prússia como sentimento. São Paulo: Escuta, 2005.

CHALHOUB, Sidney. Medo branco de almas negras: escravos libertos e republicanos na Cidade do Rio. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 8, n. 16, p. 83–105, 1988.

CROUCH, Colin. The strange non-death of neoliberalism. Cambridge: Polity, 2011.

DOMINGUES, José Maurício. Political regimes and advanced liberal oligarchies. Constellations, Oxford, v. 26, n. 1, p. 78–93, mar. 2019.

GIDDENS, Anthony. As consequencias da modernidade. São Paulo: Unesp, 1991.

GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2008.

GONZÁLEZ CASANOVA, Pablo. Colonialismo interno (una redefinición). In: BORON, Atilio, AMADEO, Javier; GONZÁLEZ, Sabrina (org.). La teoría marxista hoy. CLACSO, Buenos Aires, 2006.

JAMESON, Fredric. Postmodernism, or, the cultural logic of late capitalism. Durham: Duke University Press, 1997.

LACAN, Jacques. Logical Time and the Assertion of Anticipated Certainty. In: LACAN, Jacques; FINK, Bruce. Écrits: the first complete edition in English. London: W. W. Norton & Company, 2006. p. 161–175.

LAVAL, Christian. A Pandemia de Covid-19 e a Falência dos Imaginários Dominantes. Mediaçõess, v. 25, n. 2, p. 277–286, 2020.

LEBLANC, Paul. Fauci: 'You don't make the timeline, the virus makes the timeline' on relaxing public health measures. CNN, New York, 26 Mar. 2020. Disponível em: https://edition.cnn.com/2020/03/25/politics/anthony-fauci-coronavirus-timeline-cnntv/index.html Acesso em: 7 abr. 2020.

MARGHERINI, Graziella. La Sindrome di Stendhal. Firenze: Ponte Alle Grazie, 1989.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda, 1996. v. 1.

ON JUSTICE and open debate. Harper's Magazine, [s. l.], Oct. 2020 Disponível em: https://harpers.org/a-letter-on-justice-and-open-debate/. Acesso em: 7 jul. 2020.

RECALCATI, Massimo. A questão preliminar na época do Outro que não existe. Latusa Digital, Rio de Janeiro, v. 1, n. 7, p. 1–12, 2004.

RECALCATI, Massimo. La nuova fratellanza. 2020. Disponível em: https://rep.repubblica.it/pwa/commento/2020/03/13/news/coronavirus_la_nuova_fratellanza_liberta_-251230782/. Acesso em: 10 abr. 2020.

SALLES, João Moreira. A morte e a morte. Folha de São Paulo, São Paulo, Ed. 166, jul. 2020. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/a-morte-no-governo-bolsonaro/. Acesso em: 29 jul. 2020.

SANTNER, Eric L. On Creaturely Life: Rilke, Benjamin, Sebald. Chicago: University of Chicago Press, 2006.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EdUSP, 2006.

SEWELL JUNIOR, William H. Logics of history: social theory and social transformation. Chicago: The University of Chicago Press, 2005.

STAVENHAGEN, Rodolfo. Clases, colonialismo y aculturación. América Latina. Revista del Centro Latinoamericano de Investigaciones en Ciencias Sociales, Rio de Janeiro, v. 6, n. 4, 1963.

TOCQUEVILLE, Alexis De. Lembranças de 1848: as jornadas revolucionárias em Paris. São Paulo: Penguin-Companhia, 2011.

VELIQ, Fabiano. O conceito de “homem sem inconsciente” de Massimo Recalcati. Jornal de Psicanálise, São Paulo, v. 52, n. 96, p. 63–72, 2019.

WANG, Chenyang. Subjectivity In-between times: exploring the notion of time in lacan’s work. London: Palgrave Macmillan, 2019.

ŽIŽEK, Slavoj. Eles não sabem o que fazem. O sublime objeto da ideologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992.

ŽIŽEK, Slavoj. Incontinence of the Void: economico-philosophical spandrels. Cambridge: MIT Press, 2017.

ŽIŽEK, Slavoj. Menos que nada: hegel e a sombra do materialismo dialético. São Paulo: Boitempo, 2012.

ŽIŽEK, Slavoj. O absoluto frágil: ou por que vale a pena lutar pelo legado cristão? São Paulo: Boitempo, 2015.

ŽIŽEK, Slavoj. O sujeito incômodo: o centro ausente da ontologia política. São Paulo: Boitempo, 2008.

ŽIŽEK, Slavoj. Primeiro como tragédia, depois como farsa. São Paulo: Boitempo, 2011.

Downloads

Publicado

2021-04-25

Como Citar

BEDÊ, Francisco Julião Marins; CERQUEIRA, Gabriel Souza. Desapego apaixonado: subjetividade, política e pandemia. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 26, n. 1, p. 163–181, 2021. DOI: 10.5433/2176-6665.2021v26n1p163. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/41883. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Dados de financiamento

Artigos Semelhantes

1 2 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.