Desapego apaixonado: subjetividade, política e pandemia
DOI:
https://doi.org/10.5433/2176-6665.2021v26n1p163Palavras-chave:
Covid-19, Pandemia, Teoria social, SubjetividadeResumo
Em 2020, o mundo foi atingido pela pandemia de SARS-CoV-2. A crise econômica e sanitária resultante traz uma série de questões que permeiam a sociedade deste século, o sistema global e que tem impacto significativo na elaboração das subjetividades dos sujeitos modernos em relação à sociabilidade e à política. Portanto, o objetivo deste artigo é dar interpretação a alguns aspectos trazidos pela atual crise no que diz respeito à ancoragem simbólica das subjetividades. Mobilizando uma literatura multidisciplinar da sociologia, psicanálise e teoria política, com especial atenção aos autores cujas teorias visam unificar estas esferas, como Cornelius Castoriadis e Slavoj Žižek, o trabalho está estruturado em três questões principais e interdependentes: a dimensão histórica da temporalidade e a relação subjetiva com o tempo; a relação entre o imaginário social e as dimensões da alteridade e sociabilidade; o problema da ancoragem simbólica e da ação política em uma conjuntura de crise.Downloads
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