A linguagem da violência: a teoria política de Giorgio Agamben

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2019v24n3p100

Palavras-chave:

Violência, Linguagem, Giorgio Agamben, Teoria política

Resumo

A compreensão do problema da violência nas sociedades contemporâneas, sobretudo quando praticada contra grupos minoritários, é fundamental para qualquer teoria política e social que tenha a pretensão de ser crítica. No Brasil atual, essa questão tornou-se urgente para pesquisadores das ciências sociais e da filosofia. Assim, pretende-se neste ensaio evidenciar que a teoria política construída pelo filósofo, ensaísta e teórico do direito Giorgio Agamben fornece eixos teóricos e conceituais sugestivos para interpretar a questão da violência como fenômeno constituinte das sociedades contemporâneas, e em especial da brasileira. Para mostrar o alcance dessa abordagem, propomos analisar, com base na teoria política agambeniana, um caso particular de violência, o de Cláudia Silva Ferreira, ocorrido no Brasil em 2014.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ronaldo Tadeu de Souza, Universidade de São Paulo - USP

Doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo -  USP. Profesor do Centro Universitário FIEO.

Referências

AGAMBEN, G. Comunidade que vem. São Paulo. Autêntica, 2013.

AGAMBEN, G. Estado de exceção. São Paulo. Boitempo, 2004.

AGAMBEN, G. Homo Sacer. Belo Horizonte. Editora UFMG, 2007a.

AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo? Chapecó. Unichapecó, 2009.

AGAMBEN, G. O que resta de Auschwitz. São Paulo. Boitempo, 2008.

AGAMBEN, G. Profanações. São Paulo. Boitempo, 2007b.

ARAUJO, C.; ROMANELLI, S. Teoria política hoje no Brasil. In: MARTINS, C. B.; LESSA, R. (org.). Ciência política. São Paulo. Barcarolla, 2010.

ARENDT, H. Reflections of violence. New York Review of Books, New York. Feb. 17, 1969.

BALL, T. Aonde vai a teoria política? Sociologia e Política, Curitiba, v. 23, p. 9-22, 2004.

BROWN, W. At the Edge. Political Theory, Beverly Hills, v. 30, n. 4, p. 556-576, 2002.

BROWN, W. Resisting Left melancoly. Boundary, New York, v. 26, n. 3, p. 19-27, 1999.

CHRISTOVÃO, N. T. Os 111 laudos necroscópicos do massacre do Carandiru: primeiras observações. In: MACHADO, M. R.; MACHADO, M. R. A. (org.). Carandiru não é coisa do passado. São Paulo: FGV Direito, 2015. p. 135-157

COLILLI, P. The materials of modernity (On Giorgio Agamben). Italica, Menasha, v. 85, n. 4, p. 465-480, 2008.

EK, Richard. Giorgio Agamben and the spatialities of the camp: an introduction. Geografiska Annaler. Series B, Human Geography, Norwich, v. 88, n. 4, p. 363-386, 2006.

FERREIRA, B. O nomos e a lei: considerações sobre o realismo político em Carl Schmitt. Kriterion, Belo Horizonte, v. 49, n. 118, p. 327-366, 2008.

FERREIRA, B. O risco do político: crítica ao liberalismo e teoria política no pensamento de Carl Schmitt. BeloHorizonte: UFMG, 2004.

FERREIRA, L. M. A.; MACHADO, M. R. A.; MACHADO, M. R. Massacre do Carandiru vinte anos sem responsabilização. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, n. 94, p. 5-29, 2012.

GIACOIA JUNIOR, O. Sobre direitos humanos na era da biopolítica. Kriterion, Belo Horizonte, n. 118, p. 267-308, 2008.

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO, São Paulo, 18 mar. 2014. Caderno Cotidiano.

KING, R. H. Old problems/new departures: american political thought since 1960. The History Teacher, Long Beach, CA, v. 24, n.1, p. 99-112, 1990.

MAYER, A. A dinâmica da contrarrevolução na Europa, 1870-1956: uma estrutura analítica. São Paulo. Paz e Terra, 1977.

MIGUEL, L. M. Violência e política. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 30, n. 88, p. 29-44, 2015.

PAN, D. Against biopolitics: Walter Benjamin, Carl Schmitt, and Giorgio Agamben on political sovereignty and symbolic order. The German Quarterly, Carolina do Norte, v. 82, n. 1, p. 42-62, 2009.

PARIJS, P. Van. Demos-Cracia para a união europeia: por que e como. In: LAVALLE, A. G.; VITA, Á.; ARAUJO, C. (org.). O papel da teoria política contemporânea: justiça, constituição, democracia e representação. São Paulo. Alameda, 2015.

SCHMITT, C. A crise da democracia parlamentar. São Paulo: Scritta, 1996.

SCHMITT, C. Teologia política. Belo Horizonte. Del Rey, 2006.

STRAUSS, L. What Can We Learn from political theory? The Review of Politics, Paris, v. 69, n. 4, p. 515-529, 2007.

TAVARES, F. M. M.; OLIVEIRA, I. C. Omissões e seletividade da ciência política Brasileira: lacunas temáticas e seus problemas sócio-epistémicos. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 19, p. 11-45, 2016.

TELLES, E.; SAFATLE, V. O que resta da ditadura. São Paulo: Boitempo, 2010.

VATTER, Miguel. In odradek’s world: bare life and historical materialism in Agamben and Benjamin. Diacritcs, Baltimore, v. 38, n. 3, p. 45-70, 2008.

VINCENT, Andrew. The nature of political theory. New York. Oxford University Press, 2004.

WARREN, M. What Is political theory/philosophy? Political Science and Politics, New York, v. 22, n. 3, p. 606-612, 1989.

Downloads

Publicado

2019-12-11

Como Citar

SOUZA, R. T. de. A linguagem da violência: a teoria política de Giorgio Agamben. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 24, n. 3, p. 100–113, 2019. DOI: 10.5433/2176-6665.2019v24n3p100. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/35434. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos