Reconstrução histórica e imaginário da Guerra do Contestado: uma batalha entre acontecimentos e significados

Autores

  • Celso Vianna Bezerra de Menezes Universidade Estadual de Londrina - UEL

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2002v7n1p9

Palavras-chave:

Imaginário, Messianismo, Antropologia histórica, Processo histórico

Resumo

Este artigo discute as contribuições das ciências sociais brasileira sobre os fenômenos milenaristas e messiânicos. A reconstrução histórica de tais movimentos é baseada nas sugestões de Maria Isaura Pereira de Queiroz, para quem o imaginário do povo em geral não foi ainda suficientemente estudado, especialmente nos movimentos messiânicos. Partimos da noção de imaginário como concebida por Cornelius Castoriadis buscando lima outra leitura para os movimentos messiânicos no Brasil, mais especificamente dos eventos da chamada Guerra do Contestado. Propomos, portanto, um olhar sobre o fenômeno do messianismo capaz de ultrapassar algumas interpretações que só distinguem nestes movimentos características do "atraso". Ao demonstrar que imaginário está inextrincavelmente ligado a poder, poderemos restituir a estes sertanejos a condição de legítimos agentes históricos.

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Biografia do Autor

Celso Vianna Bezerra de Menezes, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo - USP. Profesor da Universidade Estadual de Londrina - UEL.

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Publicado

2002-06-05

Como Citar

MENEZES, C. V. B. de. Reconstrução histórica e imaginário da Guerra do Contestado: uma batalha entre acontecimentos e significados. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 7, n. 1, p. 9–27, 2002. DOI: 10.5433/2176-6665.2002v7n1p9. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/9106. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos