Interseccionalidade e a crítica ao trabalho doméstico: construindo um diálogo com múltiplas vozes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2025v30e51666

Palavras-chave:

interseccionalidade, trabalho doméstico, desigualdade intragênero, divisão sexual do trabalho, teoria crítica

Resumo

O objetivo desse artigo é mobilizar a interseccionalidade enquanto teoria crítica para refletir sobre o trabalho doméstico realizado por mulheres. Nesse sentido, a interseccionalidade aparece como análise social crítica e também como ação social, que nesse caso volta-se para o debate sobre liberdade e emancipação. Parte-se de uma problematização das abordagens feministas marxianas, que usualmente, adotam como ponto crucial a distinção entre trabalho remunerado e não-remunerado e, ao mesmo tempo, centram suas análises a partir da perspectiva da "dona de casa". Em oposição, baseando-se na análise das desigualdades intragênero existentes nesse tipo de trabalho, reconstrói-se a sua crítica, enfatizando que esse tipo de atividade se encontra no entrecruzamento de formas de opressão.

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Biografia do Autor

Luciana Garcia de Mello, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Atual coordenadora do Programa de Pós Graduação em Sociologia - UFRGS (2023 - 2025) e membro da diretoria da ANPOCS. Integra o Conselho Editorial da Revista PAGU (Unicamp). Professora adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Realizou estágio de pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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Publicado

2025-04-30

Como Citar

GARCIA DE MELLO, Luciana. Interseccionalidade e a crítica ao trabalho doméstico: construindo um diálogo com múltiplas vozes. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 30, p. e51666, 2025. DOI: 10.5433/2176-6665.2025v30e51666. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/51666. Acesso em: 22 dez. 2025.

Edição

Seção

Dossiê - Reflexões sobre os usos da interseccionalidade na América Latina (2025-1)