Etnografia, gênero e poder: antropologia feminista em ação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2009v14n2p105

Palavras-chave:

Antropologia feminista, Etnografia, Gênero, Poder

Resumo

Do contato com o vasto e multidisciplinar campo da teoria feminista surgiu a necessidade de compreender quais seriam as contribuições e as especificidades da Antropologia para o desenvolvimento desse campo. Foi assim que se possibilitou o encontro com uma certa Antropologia Feminista, caracterizada pelo grande apego à etnografia e à reflexão acerca do poder. Esta vertente teórico-metodológica foi a base para a pesquisa etnográfica sobre o campo político feminista e o ativismo feminino popular contemporâneo em Recife-PE. A partir de alguns dados etnográficos da referida pesquisa, neste texto busca-se demonstrar o que se entende por Antropologia Feminista, bem como refletir sobre a sua rentabilidade analíticoteórica e os desafios em que implica. Conclui-se esta reflexão problematizando-se a viabilidade dessa vertente disciplinar no Brasil.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Alinne de Lima Bonetti, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Professora da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.

Referências

ALVAREZ, Sonia E. Politizando as relações de gênero e engendrando a democracia. In: STEPAN, Alfred (org.). Democratizando o Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, p. 315-380.

ATKINSON, Jane Monning. Anthropology: review essay. Signs: Journal of Women in Culture and Society, Chicago, v. 8, n. 2, p. 236-258, 1982.

BEHAR, Ruth. Women writing culture: Another telling of the story of American anthropology. Critique of Anthropology, Michigan, v. 13, n. 4, p. 307-325, 1993.

BONETTI, Alinne de Lima. Antropologia feminista: O que é esta antropologia adjetivada? In: BONETTI, Alinne; FLEISCHER, Soraya. (org.). Entre pesquisar e militar: contribuições e limites dos trânsitos entre pesquisa e militância feministas. Brasília: Centro Feminista de Estudos e Assessoria, 2007a.

BONETTI, Alinne de Lima. Não basta ser mulher, tem de ter coragem: uma etnografia sobre gênero, poder, ativismo feminino popular e o campo político feminista de Recife – PE. 2007. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007b.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Lisboa: DIFEL, 1989.

BOURDIEU, Pierre. Outline of a theory of pratice. Cambridge: Cambridge University Press, 1978.

CALVINO, Ítalo. Seis propostas para o próximo milênio: lições americanas. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

CORRÊA, Sônia; VIANNA, Adriana. Teoria e práxis em gênero e sexualidade: Trajetos, ganhos, perdas, limites ... pontos cegos. In: BONETTI, Alinne; FLEISCHER, Soraya. (org.). Entre pesquisar e militar: contribuições e limites dos trânsitos entre pesquisa e militância feministas. Brasília: Centro Feminista de Estudos e Assessoria, 2007.

CORRÊA, Mariza. Morte em família. São Paulo: Brasiliense, 1983.

CORRÊA, Mariza. O espartilho de minha avó: linhagens femininas na Antropologia. In: Antropólogas & antropologia. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003, p. 185-207.

FOUCAULT, Michel. Soberania e disciplina. In: Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1996 [1979], p. 179-191.

GEERTZ, Clifford. Saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. Petrópolis: Editora Vozes, 1998.

GREGORI, Maria Filomena. Estudos de gênero no Brasil. (Comentário crítico). In: MICELI, Sergio (org.). O que ler na ciência social brasileira (1970-1995): Sociologia. São Paulo: Editora Sumaré/Capes/Anpocs, 1999, p. 223-235.

GREGORI, Maria Filomena. Cenas e queixas: um estudo sobre mulheres, relações violentas e a prática feminista. São Paulo: Paz e Terra/ANPOCS, 1993.

GROSSI, Miriam. Discours sur les femmes battues: représentations de la violence sur les femmes au Rio Grande do Sul. Thése. Université Paris V “René Descartes”, 1988.

HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, Campinas, n. 5, p. 7-41, 1995.

MOORE, Henrietta. Whatever happened to women and men? Gender and other crises in anthropology. In: MOORE, Henrietta. (ed.). Anthropological theory today. Cambridge: Polity Press, 2000 [1999], p. 151-171.

MOORE, Henrietta. (ed). The future of anthropological knowledge. London and New York: Routledge, 1996.

MOORE, Henrietta. A passion for difference: Essays in anthropology and gender. Indianapolis: Indiana University Press, 1994.

MOORE, Henrietta. Feminism and Anthropology. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1988.

ONO, Sarah. Feminims without women: Experimentation and expansion in feminist anthropology. In: ONO, Sarah; COMITO, Jacqueline. Who’s afraid of Margery Wolf: tributes and perspectives on anthropology, feminism and writing ethnography – An anthology by students of Margery Wolf. University of Iowa. Working Paper 277, January, 2003.

ORTNER, Sherry B. Making gender: the politics and erotics of culture. Boston: Beacon Press, 1996.

ORTNER, Sherry; WHITEHEAD, Harriet. Sexual meanings: the cultural construction of gender and sexuality. Cambridge: Cambridge University Press, 1981.

PANAGAKOS, Anastasia. Book review. Disponível em: http://sscl.berkeley.edu/~afaweb/reviews/index.html. Acessado em: 08. abril 04.

RAKOWSKI, Cathy. Women as political actors: The move from maternalism to citizenship rights and power. Latin American Research Review, Ohio, v. 38, n. 2, p. 180-194, 2003.

ROSALDO, Michelle. O uso e abuso da antropologia: reflexões sobre o feminismo e entendimento intercultural. Horizontes antropológicos, Porto Alegre, n. 1, p. 11-36, 1995.

SCOTT, Joan. História das mulheres. In: BURKE, Peter (org.). A escrita da história. São Paulo: UNESP, 1992, p. 63-95.

STRATHERN, Marilyn. No limite de uma certa linguagem: entrevista por Eduardo Viveiros de Castro e Carlos Fausto. Mana: estudos de Antropologia Social, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, 1999.

STRATHERN, Marilyn. The gender of the gift: problems with women and problems with society in Melanesia. Berkeley: University of California Press, 1990 [1988].

STRATHERN, Marilyn. An awkward relationship: The case of feminims and anthropology. Signs: Journal of Women in Culture and Society, Chicago, v. 12, n. 2, p. 276-292, 1987.

Downloads

Publicado

2009-11-22

Como Citar

BONETTI, A. de L. Etnografia, gênero e poder: antropologia feminista em ação. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 14, n. 2, p. 105–122, 2009. DOI: 10.5433/2176-6665.2009v14n2p105. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/4509. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê