“Nem tudo é perdido, nem tudo é ruim”: as articulações do coletivo vozes da rua para o enfrentamento à pandemia da Covid-19 em Juiz de Fora – MG

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2022v27n1e44589

Palavras-chave:

ação coletiva, pandemia, repertórios.

Resumo

O presente trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa qualitativa sobre a militância cultural periférica, a partir da formação de estratégias de luta mobilizadas pelo Coletivo Vozes da Rua no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no município de Juiz de Fora-MG. Analisamos a coalizão formada pelo Coletivo Vozes da Rua e os movimentos sociais Levante Popular da Juventude e Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que formou a campanha “Periferia Viva”, iniciativa nacional de solidariedade àqueles que sofreram perdas substanciais durante a pandemia. Buscamos compreender como o processo de construção de subjetividades periféricas e solidárias é atravessado por práticas culturais capazes de mobilizar atores sociais diversos em torno de demandas urgentes e formar repertórios de luta coincidentes entre diferentes movimentos sociais.

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Biografia do Autor

Joyce Louback Lourenço, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Doutora em Sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2016). 

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Publicado

2022-04-29

Como Citar

LOURENÇO, J. L. “Nem tudo é perdido, nem tudo é ruim”: as articulações do coletivo vozes da rua para o enfrentamento à pandemia da Covid-19 em Juiz de Fora – MG. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 27, n. 1, 2022. DOI: 10.5433/2176-6665.2022v27n1e44589. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/44589. Acesso em: 27 abr. 2024.

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Artigos