A compreensão da depressão na população pobre, uma ocorrência mais (fortemente) social, do que uma doença (fracamente) clínica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2007v12n1p313

Palavras-chave:

Depressão, Significados, Periferia urbana

Resumo

O aumento generalizado da depressão aponta para causas sociais e faz com que essa “doença” se desloque do domínio médico para o social. Estudada como ocorrência social, a variedade e o alcance dos significados de depressão se revelam quando a doença passa a ser analisada sobre o pano de fundo da sociedade. O surgimento de uma nova acepção vulgar, autônoma, saída das relações sociais, começa a merecer atenção especializada. Estudos recentes sobre essa nova conotação, publicados no campo da antropologia médica, evidenciam a existência de uma nova conotação para o termo depressão e as peculiaridades de sua operação no Brasil urbano.

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Biografia do Autor

José Francisco Quirino Santos, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

Doutor em Ciência Social pela Universidade de São Paulo - USP. Professor da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP.

Eunice Nakamura, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

Doutora em Ciência Social pela Universidade de São Paulo - USP. Professora da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP.

Denise Martin, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

Doutora em Ciência Social pela Universidade de São Paulo - USP. Professora da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP.

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Publicado

2007-07-15

Como Citar

SANTOS, J. F. Q.; NAKAMURA, E.; MARTIN, D. A compreensão da depressão na população pobre, uma ocorrência mais (fortemente) social, do que uma doença (fracamente) clínica. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 12, n. 1, p. 313–322, 2007. DOI: 10.5433/2176-6665.2007v12n1p313. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/3410. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos