Híbridos e hifenizados (ou a diferença como adição)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2019v24n2p204

Palavras-chave:

Contato cultural, Migração, Diferença, Criatividade, Transformação

Resumo

O presente ensaio propõe um diálogo conceitual entre determinados autores bastante caros às teorias sociológica e antropológica contemporâneas, como Homi Bhabha, Stuart Hall, Fredrik Barth, Paul Gilroy, Ulf Hannerz e Clifford Geertz, a partir de uma breve revisão de algumas das principais ideias, conceitos e questões que atravessam o tema do contato e dos fluxos interculturais em um contexto pós-colonial. Nessa conversa, perceberemos que, a partir de diferentes maneiras e percorrendo caminhos distintos, todos os autores chamam a atenção para o caráter eminentemente criativo e “aditivo” da diferença, o que resultará em um entendimento da cultura como um movimento ou processo em constante transformação. Em tempos de acentuados radicalismos, intolerâncias e discursos de ódio, trata-se de um convite a uma forma de perceber a diferença como uma adição e jamais como uma restrição ou contradição.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Gustavo Ruiz Chiesa, Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA

Doutor em Ciências Humanas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Professor da Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA. 

Referências

APPADURAI, Arjun. Global ethnoscapes: notes and queries for a transnational anthropology. In: APPADURAI, Arjun. Modernity at large: cultural dimensions of globalization. Minnesota: Public Worlds, 1996. Chapter 3.

BARTH, Fredrik. Os grupos étnicos e suas fronteiras. In: BARTH, Fredrik. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contracapa, 2000. p. 25-68.

BARTH, Fredrik. Etnicidade e o conceito de cultura. Antropolítica, Niterói, n. 19, p. 15-30, 2005.

BHABHA, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

BRUBAKER, Rogers; COOPER, Frederick. Beyond ‘identity’. Theory and Society, Basel, v. 29, n. 1, p. 1-47, 2000.

CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Ed. USP, 2006.

CHATTERJEE, Partha. Nossa modernidade. In: CHATTERJEE, Partha. Colonialismo, modernidade e política. Salvador: Ed. UFBA, 2004. p. 44-65.

DERRIDA, Jacques. A escritura e a diferença. São Paulo: Perspectiva, 1995.

GEERTZ, Clifford. O mundo em pedaços: cultura e política no final do século. In: GEERTZ, Clifford. Nova luz sobre a antropologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. p. 191-215.

GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: UNESP, 1991.

GILROY, Paul. Entre campos: nações, culturas e o fascínio da raça. São Paulo: Annablume, 2007.

GILROY, Paul. O atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora 34, 2001.

GONÇALVES, Marco Antonio. O real imaginado: etnografia, cinema e surrealismo em Jean Rouch. Rio de Janeiro: Topbooks, 2008.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

HALL, Stuart. A questão multicultural. In: HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2008. p. 51-100.

HALL, Stuart. Quem precisa de identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu da (org.). Identidade e diferença. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 103-133.

HANNERZ, Ulf. Fluxos, fronteiras, híbridos: palavras-chave da antropologia transnacional. Mana, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p. 7-39, 1997.

ROUCH, Jean. A life on the edge of film and anthropology. In: FELD, Steven. Ciné-Ethnography: Jean Rouch. Minneapolis: University of Minneapolis Press, 2003. p. 129-146.

MEAD, Margareth. Sexo e temperamento. São Paulo: Perspectiva, 1976.

RICOEUR, Paul. O si mesmo como um outro. Campinas: Papirus, 1991.

RUSHDIE, Salman. Os versos satânicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

SPIVAK, Gayatri. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.

TURNER, Victor. O processo ritual: estrutura e antiestrutura. Petrópolis: Vozes, 1974.

TURNER, Victor. Betwixt and Between: o período liminar nos ‘ritos de passagem’. In: TURNER, Victor. Floresta de símbolos: aspectos do ritual Ndembu. Niterói: EdUFF, 2005.

VALLVERDÚ, Jaume. Antropología simbólica: teoría y etnografía sobre religión, simbolismo y ritual. Barcelona: Editorial UOC, 2008.

WADE, Peter. Rethinking mestizaje: ideology and lived experience. Journal of Latin American Studies, Cambridge, v. 37, n. 2, p. 239–257, 2005.

Downloads

Publicado

2019-08-12

Como Citar

CHIESA, G. R. Híbridos e hifenizados (ou a diferença como adição). Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 24, n. 2, p. 204–226, 2019. DOI: 10.5433/2176-6665.2019v24n2p204. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/33652. Acesso em: 3 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos