A leitura de narrativas híbridas de história e ficção juvenis na formação do leitor literário decolonial no Ensino Fundamental
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2024v24n1p337-358Palavras-chave:
Narrativa Híbrida de História e Ficção Juvenil, Decolonialidade, Formação do leitor decolonialResumo
O ensino da literatura, nos anos iniciais de escolarização, pode ser abordado desde uma perspectiva crítica, se ampliarmos nele as leituras de cunho híbrido e descolonizador. Desse modo, no presente artigo, objetivamos apresentar uma análise da obra híbrida Ana Preciosa e Manuelim e o roubo das moedas na época do ciclo do ouro (2004), de Maria José Silveira, que é uma narrativa híbrida de história e ficção que se dedica a explorar o passado brasileiro a partir da visão dos invisibilizados pelo discurso oficial. Temos, como aporte teórico à análise, os estudos de Genette (s/d) sobre os elementos constitutivos da narrativa. Apoiamo-nos, ainda, nos estudos de Santos (2023) e Fleck (2017; 2023) a respeito da utilização de tais narrativas no desenvolvimento de um leitor literário decolonial, alinhado aos estudos de Colomer (2007; 2014). Da vertente da “história vista de baixo” contamos com Sharpe (1992), e sobre a decolonialidade dispomos das reflexões de Mignolo (2017). Os resultados demonstram como a literatura híbrida de história e ficção juvenil pode contribuir com outros saberes e novas visões sobre registros históricos hegemônicos e, desse modo, auxiliar na formação de leitores literários decoloniais.
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