De Novo Creari: Análise de manuscritos escolares por meio de tópicos de intertextualidade e criatividade
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2017v17n2p77Palavras-chave:
Criatividade, Intertextualidade, Análise TextualResumo
Esta pesquisa propõe a criação de metodologia própria para a análise da criatividade em manuscritos de alunos recém-alfabetizados. Foi desenvolvida uma sistematização de análise, com tópicos que permitiram comprovar como os textos considerados mais criativos são aqueles nos quais a intertextualidade tem grande influência. Para construir o estado da arte partimos dos estudos de Albuquerque (1992), Maksic e Sevkusic (2012) e Grainger, Goouch e Lambirth (2005), direcionados a produção textual na sala de aula. Delimitamos também a visão da intertextualidade, iniciada com Kristeva (1970) e tomada como critério de textualidade por Beaugrande & Dressler (1981) e Antunes (2010), além das contribuições de Bazerman (2007, 2011). Para os aspectos próprios da escritura no contexto da sala de aula adotamos os estudos sobre manuscritos escolares em Calil (2004, 2007, 2008, 2009, 2009, 2010, 2010, 2012). Construímos nossa metodologia de intertextualidade com 4 macrocritérios e 21 subcritérios. O corpus levantado foi composto por 143 manuscritos (88 textos individuais, 48 em duplas, 7 em trio), todos coletados como resultado do projeto ‘Contos do Como e do Por que’, realizado em uma escola particular de Maceió, Alagoas. Para exemplificar a análise, nesse trabalho, foram analisados 2 textos, considerados os mais criativos, de acordo com os critérios estabelecidos pela literatura, e que atingiram maior alcance nos critérios de intertextualidade definidos na pesquisa. Os resultados apontaram a proporção de 65% de critérios de intertextualidade. As reflexões sobre os dados e sobre os resultados obtidos apontaram para a apresentação de uma proposta de definição de criatividade.
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