Usos da perífrase ir + Infinitivo em dissertações de mestrado: um olhar estilístico-funcional no enquadre do gênero discursivo
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2023v23n2p290-312Palavras-chave:
Esfera acadêmica, Formas e funções, EstiloResumo
Os objetivos deste artigo são i) refletir sobre a relação entre diferentes instâncias do gênero discursivo e estilo, bem como sobre a multifuncionalidade e formas da perífrase ir + Inf; e ii) ilustrar essas reflexões com uma análise de caráter estilístico-funcional. Numa perspectiva funcionalista (TRAUGOTT, 2001) e discursiva (BAKHTIN, 2011a), foram analisadas 12 dissertações de mestrado das áreas de Linguística, Direito e Matemática, e os principais resultados mostram que i) tanto a perífrase “ir (presente) + Inf” como “ir (futuro) + Inf” ocorrem, na grande maioria das dissertações, como variantes na função de tempo futuro do presente; ii) as áreas de conhecimento exibem particularidades de uso; iii) a subfunção metadiscursiva pode ser vista como característica do gênero; e iv) os(as) autores(as) nem sempre seguem a média de usos das respectivas áreas, mostrando estilos individuais seja quanto às formas, seja quanto às (sub)funções. Conclui-se que o estilo permeia todas as instâncias do gênero, na tensão entre a regularidade e a singularidade; a agência do sujeito pode interferir na relativa estabilidade do gênero; formas e funções (e suas correlações) são recursos mobilizados no acabamento estilístico-composicional do gênero.
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