Eu – Professor bilíngue? um estudo sobre representações de sujeito bilíngue

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1519-5392.2022v22n2Esp.p42

Palavras-chave:

Professor bilíngue, Representação identitária, Educação bilíngue

Resumo

A educação bilíngue de prestígio ganha evidência significativa no cenário educacional brasileiro a partir do século XX. Porém, as identidades dos professores bilíngues, que é parte integrante desta evolução, ainda busca por uma definição. Procuramos, então, analisar por quais motivos os professores, que atuam em uma escola privada bilíngue brasileira de prestígio na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, se basearam para se autointitularem como bilíngues. Para tanto, utilizamos os conceitos de sujeito bilíngue e heteroglossia de García (2009), repertório linguístico de Busch (2012) e Gumperz (1964) e, por fim, a de cultura por Kramsch (2001). Este estudo, ancorando-se nos autores supracitados, questiona a noção de bilinguismo como o simples fato de falar duas línguas e, por isso,compreende-o como um fenômeno multidimensional, o qual interfere no campo sociocultural, psicológico e linguístico do indivíduo. Os dados apresentados foram gerados por meio de uma entrevista semiestruturada e aplicação de um questionário em uma pesquisa realizada com cunho descritivo-exploratório. Os dados sugerem que todos os participantes se consideram bilíngues apesar de apresentarem visões divergentes do que vem  a ser um sujeito bilíngue.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luã Armando de Oliveira Silva, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS

Mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS

João Fábio Sanches Silva, Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul - UEMS

Doutorado em Inglês: Estudos Linguísticos e Literários pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS).

Referências

BAKER, C.; PRYS, J. Encyclopedia of bilingualism and bilingual education. Staple Hill: Multilingual Matters, 1998.

BIALYSTOK, E. Bilingualism in development: language, literacy, cognition. New York: Cambridge University Press, 2001. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511605963

BLOOMFIELD, L. Linguistic aspects of science. Philosophy of Science, [s. l.], v. 2, n. 4, p. 499-517, 1935. DOI: https://doi.org/10.1086/286392

BRASIL. Artigo 62 da Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Presidência da República, 1996. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Art.+62+da+Lei+de+Diretrizes+e+Bases++Lei+9394%2F96. Acesso em: 26 ago. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB nº 2/2020, aprovado em 9 de julho de 2020. Diretrizes Curriculares Nacionais para a oferta de Educação Plurilíngue. Brasília: MEC, 2020. Disponível em: https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/view/CNE_PAR_CNECEBN22020.pdf?query=Curr%C3%ADculos. Acesso em: 26 ago. 2021.

BUSCH, B. Linguistic repertoire and spracherleben, the lived experience of language. [S. l.]: Working Papers in Urban Language & Literacies, 2015.

BUSCH, B. The Linguistic repertoire revisited. Applied Linguistics, Oxford, v. 33, n. 5, p. 503-523, 2012. DOI: https://doi.org/10.1093/applin/ams056

BUTLER, Y. G.; HAKUTA, K. Cognitive factors in children’s L1 and L2 reading. Academic Exchange Quarterly, New York, v. 10, n. 1, p. 23–27, 2006.

CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO (Rio de Janeiro). Deliberação CEE Nº 341, de 12 de novembro de 2013. Estabelece normas para a oferta de ensino bilíngue e internacional na educação básica, pelas instituições pertencentes ao sistema de ensino do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: CEE, 2013. Disponível em: http://www.cee.rj.gov.br/deliberacoes/D_2013-341.pdf. Acesso em: 26 ago. 2021.

CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE SANTA CATARINA (Florianópolis). Resolução CEE/SC Nº 087, de 22 de novembro de 2016. Estabelece normas para a oferta da Escola Bilíngue e Escola Internacional em escolas da Educação Básica pertencentes ao Sistema de Ensino do Estado de Santa Catarina. Florianópolis: CEE, 2016. Disponível em: https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/view/CEE-SC_Resoluo2016087CEESC.pdf?query=lecionar. Acesso em: 26 ago. 2021.

COOK, V. Linguistics and second language acquisition: one person with two languages. In: ARONOFF, Mark; RESS-MILLER, Janie. The handbook of linguistics. Malden, MA: Blackwell, 2003. p. 488-501. DOI: https://doi.org/10.1002/9780470756409.ch20

DERRIDA, J. O monolinguismo do outro ou a prótese da origem. Tradução: Fernando Berardo. Porto: Campo das Letras, 2001.

GARCÍA, O. Bilingual education in the 21st Century: a global perspective. Malden, MA: Basil/Blackwell, 2009.

GARCÍA, O.; WEI, L. Translanguaging: language, bilingualism, and education. London: Palgrave Macmillan, 2014. DOI: https://doi.org/10.1057/9781137385765_4

GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora Da UFRGS, 2009.

GROSJEAN, F. Life with two languages. Cambridge: Cambridge University Press, 1982.

GUMPERZ, J. Linguistic and social interaction in two communities. American Anthropologist, Washington, v. 66, n. 6, pt. 2, p.137-53, 1964. DOI: https://doi.org/10.1525/aa.1964.66.suppl_3.02a00100

HAKUTA, K. Mirror of language: the debate on bilingualism. New York: Basic Books, 1986.

HAMERS, J.; BLANC, M. Bilinguality and bilingualism. Cambridge: Cambridge University Press, 2000. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511605796

KRAMSCH, C. Intercultural communication. In: CARTER, R.; NUNAN, D. (ed.). The Cambridge guide to teaching english to speakers of other languages. Cambridge: Cambridge University Press, 2001. p. 201-206. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511667206.030

MACKEY, W. F. The description of bilingualism. In: WEI, Li. The bilingualism reader. New York: Routledge, 2000.

MACNAMARA, J. Bilingualism in the modern world. Journal of Social Issues, v. 23, n. 2, p. 1-17, Apr. 1967. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1540-4560.1967.tb00571.x

MAHER. T. M. Do casulo ao movimento: a suspensão das certezas na educação bilíngue e intercultural. In: CAVALCANTI, M. C.; BORTONI-RICARDO, S. M. (org.). Transculturalidade, linguagem e educação. Campinas: Mercado de Letras, 2007. p. 67-94.

MARCELINO, M. Bilinguismo no Brasil: significado e expectativas. Revista Intercâmbio, São Paulo, v. 19, p. 1-22, 2009. Disponível em: http://www.pucsp.br/pos/lael/intercambio/pdf/1_Marcello_Bilinguismo%20no%20Brasil.pd. Acesso em: 26 ago. 2021.

MEGALE, A. H. Eu sou, eu era, não sou mais: um relato de sujeitos fal(t)antes em suas vidas entre línguas. 2012. 187 f. Dissertação (Mestrado Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012.

MEGALE, A. H. A Formação de professores para a educação infantil bilíngue. Pátio Educação Infantil, Porto Alegre, p. 1-5, abr. 2014. Disponível em: https://www.academia.edu/Documents/in/Educa%C3%A7%C3%A3o_Bil%C3%ADngue_E_Forma%C3%A7%C3%A3o_De_Professores. Acesso em: 26 ago. 2021.

MEGALE, A. H. Memórias e histórias de professores brasileiros em escolas bi/multilíngues de elite. 2017. 235 p. Tese (Doutorado Linguística Aplicada) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2017. Disponível em: http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/325801. Acesso em: 20 out. 2021.

MOURA, S. de A. Com quantas línguas se faz um país? Concepções e práticas de ensino em uma sala de aula na educação bilíngue. 2009. 141 f. Dissertação (Mestrado Educação) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

NORTON, B. Non-Participation, Imagined Communities, and the Language Classroom. In: BREEN, M. (Ed.), Learner Contributions to Language Learning: New Directions in Research. p. 159-71. Harlow: Pearson Education.2001

OXFORD advanced learner’s dictionary. Oxford: Oxford University Press, 2000.

RAJAGOPALAN, K. The identity of “world english”. In: GONÇALVES, G. R.; ALMEIDA, S. R. G.; PAIVA, V. L. M. de O.; RODRIGUES-JÚNIOR, A. S. (org.). New challenges in language and literature. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2009. p. 97-107.

RODRÍGUEZ-ALCALÁ, C. Língua, nação e nacionalismo: um estudo sobre o guarani no Paraguai. 2000. 254 p. Tese (Doutorado em Linguística) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000.

SAER, D. J. The effects of bilingualism on intelligence. British Journal of Psychology, London, v. 14, p. 25-38, 1922. DOI: https://doi.org/10.1111/j.2044-8295.1923.tb00110.x

SALGADO, A. C. P.; TEIXEIRA, P. M.; CORREA, T. H.; ROCHA, W. I. Formação de professores para a educação bilíngue: desafios e perspectivas. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 9., ENCONTRO SUL BRASILEIRO PSICOPEDAGOGIA, 3., 2009, Curitiba. Anais [...]. Curitiba: PUC-PR, 2009, p. 8042-8051.

TITONE, R. Le Bilingualisme Précoce. Brussels: Dessart, 1972.

WEI, L. Dimensions of Bilingualism. In: WEI, L. The bilingualism reader. New York: Routledge, 2000.

Downloads

Publicado

30-11-2022

Como Citar

SILVA, Luã Armando de Oliveira; SILVA, João Fábio Sanches. Eu – Professor bilíngue? um estudo sobre representações de sujeito bilíngue. Entretextos, Londrina, v. 22, n. 2Esp., p. 42–62, 2022. DOI: 10.5433/1519-5392.2022v22n2Esp.p42. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/view/44787. Acesso em: 21 nov. 2024.