O falar diferente no interior do Espírito Santo: pelo aporte de crenças e de atitudes linguísticas
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2022v22n1p05Palavras-chave:
Geossociolinguística. Crenças e atitudes linguísticas. Variedade linguística. ALIB.Resumo
Os falantes podem notar diferenças acústicas (fonéticas), lexicais, sintáticas, entre outras, no falar de outros indivíduos ou, ainda, não identificar traços linguísticos que sejam característicos de uma região do território brasileiro (CARLOS, 2019). Isso posto à luz dos postulados teóricos de Bem (1938), de Lambert e Lambert (1972), de López Morales (1993) e de Moreno Fernández (2009), este artigo apresenta como objetivo geral verificar e discutir as crenças e as atitudes linguísticas em quatro localidades do interior do Espírito Santo (ES). Para alcançar esse objetivo, elencamos o seguinte objetivo específico: (i) identificar a crença apresentada pelos informantes do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) quanto à existência de variedades linguísticas na localidade de sua residência e as atitudes linguísticas diante dessa crença. A metodologia deste artigo utilizaa abordagem de natureza quali-quantitativa da pesquisa descritiva, na qual seguimos os critérios metodológicos adotados pelo Projeto ALiB, isto é, sendo a seleção de dois homens e de duas mulheres de cada uma das localidades e pertencentes a uma das faixas etárias (18-50 anos e 35-65 anos). Os resultados indicaram a afirmação da crença motivada pela variação étnica e de atitudes negativas perante às variedades linguísticas do Português falado no Brasil (PB).Downloads
Referências
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