A reescrita do gênero “resumo escolar” mediada pela lista de controle/constatações
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2019v19n1p65Palavras-chave:
ISD. Resumo escolar, Revisão, Reescrita, Lista de controle/constataçõesResumo
O presente trabalho ancora-se nos princípios da engenharia didática desenvolvida pelo Grupo de Genebra filiado ao Interacionismo Sociodiscursivo (ISD). Os engenheiros didáticos, segundo os estudiosos do ISD, devem responsabilizar-se pela concepção, elaboração e validação de projetos escolares e de seus respectivos dispositivos, atividades e exercícios didáticos. A finalidade é apresentar resultados de uma investigação, de natureza qualitativa, focada em duas etapas do processo de ensino da produção escrita: a revisão e reescrita textual, tendo como foco o uso de uma ferramenta de intervenção denominada “lista de controle/constatações”, utilizada durante a transposição didática do gênero textual “resumo escolar”. Os dados analisados foram gerados a partir de uma pesquisa interventiva realizada num contexto de ensino privado no interior do Estado de São Paulo, subsidiada pela metodologia das sequências didáticas de gêneros concebida pelo grupo genebrino. Para a intervenção foi utilizada a sequência didática elaborada por Machado, Lousada e Abreu-Tardelli (2004) e publicada pela editora Parábola. Dentre os resultados apontados pela pesquisa, destaca-se o fato de as listas de controle/constatações poderem ser consideradas, além de instrumentos mediadores do ensino, instrumentos mediadores da responsividade ativa do aluno, no processo de reescrita textual.Downloads
Referências
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BARROS, Eliana Merlin Deganutti. Aproximações entre o funcionamento da metodologia das sequências didáticas e o conceito de zona de desenvolvimento proximal. Calidoscópio, São Leopoldo, RS, v. 11, n. 1, jan./abr. 2013.
BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano. Campinas: Mercado de Letras, 2006.
BRONCKART, Jean-Paul. Gêneros de textos, tipos de discurso e sequências: por uma renovação do ensino da produção escrita. Letras, Santa Maria, v. 20, n. 40, p. 163-176, jan./jun. 2010.
BUIN, Edilaine. O impacto do bilhete do professor na construção do sentido no texto do aluno. In: SIGNORINI, Inês (org.). Gêneros catalisadores: letramento e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006. p. 95-124.
CASSANY, Daniel. Enseñar lengua. 5. ed. Barcelona: Editorial Grão, 2000.
CHEVALLARD, Yves. On didactic transposition theory: some introductory notes. 1989. Disponível em: http://yves.chevallard.free.fr/spip/spip/rubrique.php3?id_rubrique=6. Acesso em: 17 jan. 2011.
DE PIETRO, Jean-François; SCHNEUWLY, Bernard. O modelo didático do gênero: um conceito da engenharia didática. In: NASCIMENTO, Elvira Lopes (org.). Gêneros textuais: da didática das línguas aos objetos de ensino. 2. ed. Campinas: Pontes, 2014. p. 51-82.
DOLZ, Joaquim. As atividades e os exercícios de língua: uma reflexão sobre a engenharia didática. DELTA: documentação de estudos em lingüística teórica e aplicada, São Paulo, v. 32, n. 1, p. 237-260, 2016.
DOLZ, Joaquim. Claves para ensenar a escribir. Leer. Es, Madrid, 2009. Disponível em: http://leer.es/documents/235507/242734/art_prof_ep_eso_clavesparaensenara escribir_joaquimdolz.pdf/36f29ff9-193b-4d9b-b0b3-c8cf7c7bbc93. Acesso em: 7 jan. 2017.
DOLZ, Joaquim; NOVERRRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim (org.). Gêneros orais e escritos na escola. Tradução de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p. 95-128.
DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita: elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p. 41-70.
DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. La réécriture dans le séquences didactiques pour l`expression écrite. Résonances, [S. l.], n. 5, p. 6-8, 2001.
GARCEZ, Lucília Helene do Carmo. A escrita e o outro: os modos de participação na construção do texto. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1998.
GONÇALVES, Adair Vieira. Gêneros textuais e reescrita: uma proposta de intervenção interativa. 2007. Tese (Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa) – Faculdade de Ciências e Letras, Unesp, Araraquara, 2007.
LEITE, Marcelo. Truculência na internet. Folha de São Paulo, São Paulo, 21 set. 2003. Folha Ciência. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2109200302.htm. Acesso em: 5 mar. 2019.
MACHADO, Anna Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lilia dos Santos. O resumo escolar: uma proposta de ensino do gênero. SIGNUM: estudo e linguagem, Londrina, v. 8, n. 1, p. 89-101, jun. 2005.
MACHADO. Anna Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lilia dos Santos. Resumo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.
MAFRA, Gabriela Martins; BARROS, Eliana Merlin Deganutti. Revisão coletiva, correção do professor e autoavaliação: atividades mediadoras da aprendizagem da escrita. Diálogo das Letras, Pau dos Ferros, v. 6, n. 1, p. 33-62, jan./jun. 2017.
MENEGASSI, Renilsson José. A revisão de textos na formação docente inicial. In: GONÇALVES, Adair Vieira; BAZARIM, Milene (org.). Interação, gêneros e letramento: a (re)escrita em foco. 2. ed. Campinas-SP: Pontes Editora, 2013. v. 1, p. 105-131.
PASQUIER, Auguste; DOLZ, Joaquim. Um decálogo para ensinar a escrever. Tradução de Roxane Rojo. Cultura y Educación, Madrid, v. 2, p. 31-41, 1995.
RUIZ, Eliane. Como corrigir redações na escola. São Paulo: Contexto, 2013.
SERAFINI, Maria Teresa. Como escrever textos. 7. ed. São Paulo: Globo, 1995.
SIGNORINI, Inês (org.). Gêneros catalisadores, letramento e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Entretextos adota a Licença Creative Commons Attribution 4.0 International, portanto, os direitos autorais relativos aos artigos publicados são do(s) autor (es).
Sob essa licença é possível: Compartilhar - copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato. Adaptar - remixar, transformar, e criar a partir do material, atribuindo o devido crédito e prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.