Operações linguísticas e o processo de aquisição da enunciação escrita
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2015v15n2p193Palavras-chave:
Aquisição da escrita, Operações linguísticas, Enunciação escrita, Subjetividade.Resumo
O eixo central que norteou este artigo foi a análise das operações linguísticas realizadas pelo falante para representar na (sua) escrita o sujeito que enuncia, o interlocutor, a temática, a finalidade da interação, o tempo, bem como o espaço da enunciação. Para tanto, o quadro teórico que norteia a análise dos corpora selecionados – duas produções textuais de aprendizes em fase de aquisição da escrita – está situado, essencialmente, nos trabalhos de Abaurre (1991) Abaurre e Mayrink-Sabison (2003) sobre aquisição da linguagem escrita, na Teoria da Enunciação de Benveniste (1995), na proposta de heterogeneidade da escrita de Corrêa (2004), na perspectiva sociointeracionista de Bronckart (1999), na concepção de aprendizagem da escrita de Oliveira (2005) e na concepção de letramento proposta por Soares (2005). Foi utilizado o procedimento metodológico intitulado paradigma indiciário de investigação proposto por Ginzburg (1990) para realizar a análise dos dados linguísticos dos textos produzidos por falantes, pertencentes a classes sociais distintas. Tais dados foram coletados no ano de 1987, durante uma pesquisa a respeito do processo de aquisição da escrita, realizada na Faculdade de Letras e na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. O que alguns professores consideram como “erros”, “inadequações” são, na verdade, operações linguísticas realizadas pelo falante para construir o conhecimento e o uso da tecnologia da escrita como discurso, como enunciação escrita.Downloads
Referências
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