"... Mesmo que nos arranquem os dentes e a língua.”: o espaço sagrado da fala na literatura de Eliane Potiguara
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2020v15.e41188Palavras-chave:
Literatura Indígena. Ancestralidade. Performances Políticas.Resumo
Discute-se o tema da ancestralidade nas narrativas da autora Eliane Potiguara, relacionando-o a defesa de uma política da existência, destacando, assim, o aspecto ritualizado dessa literatura que se desenvolve na tênue fronteira entre a oralidade e a escrita. Parte-se da escrita de Eliane Potiguara para apontar a conquista de um espaço que vem se firmando enquanto prática permanentemente articulada em redes de saberes indígenas como o GRUMIN, Grupo Mulher-Educação Indígena surgido na década de 80, constituindo políticas de resistência objetivas. Ressalta-se o quanto o caráter social e ético da literatura indígena pode nos estimular a fazer aproximações com o Campo de Estudos da Performance, através da investigação de Diana Taylor sobre Memória Cultural nas Américas. Destaca-se o aspecto de inovação deste gênero literário que nasce articulado com o movimento indígena, tendo a singularidade de afirmar-se enquanto criação que redimensiona os aspectos políticos da prosa, da poesia, de cartilhas educativas, do desenho e da literatura de testemunho, onde a ancestralidade fundamenta a ação política.
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Referências
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