Interação discursiva e subjetivação nas condições contemporâneas da encenação literária marginal
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2024v19.e50399Palabras clave:
Literatura marginal, Sujeito, Enunciação, FreireResumen
No Brasil, nos anos de 1970, surgiu um tipo de produção, cujas vozes definem um posicionamento transgressor particularizado por aspectos da periferia, seu lugar de fala. Desde então, escritores mostram suas condições de vida e os problemas dos sujeitos afastados dos centros urbanos. Tais porta-vozes distanciam-se de uma escrita prestigiada. É a Literatura Marginal, cuja expressão investe uma identidade própria, evidenciando uma condição marginalizada ao transgredir as normas sociais como modo de resistência. Nesta direção, nosso artigo estuda as manifestações dos sujeitos na encenação literária Solar dos príncipes, de Marcelino Freire, que problematiza as tensões de vida na periferia. Verificamos como os sujeitos se inscrevem na cenografia literária e posicionam-se em relação à violência, à interação discursiva em meio à complexidade de uma sociedade marcada por questões étnico-raciais e à desigualdade. Para isso, recorremos aos fundamentos da Análise do Discurso, proposta por Maingueneau (1993, 2015, 2018), no qual Linguística e Literatura dialogam.. Autores que discutem a Literatura Marginal: Ferréz (2005), Schollhammer (2009), Patrocínio (2013), Tennina (2017), Matos (2020, 2023) e Matos e Nascimento (2022) complementam nossa discussão. Os resultados apontam uma literatura de resistência frente ao inconformismo e às desigualdades socioeconômicas e culturais daqueles que vivem na periferia.
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Citas
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