“Bíblia, Boi, Bala”: de uma Amazônia Vazia e Delirante
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2025v20.e53078Palavras-chave:
Acre, Passado, PresenteResumo
Mundos que são continuamente inventados e reinventados numa trama de representações e processos identitários que subtraem o “outro”. “Alguém pode chamar um nativo?”, o ator e músico O Novíssimo Edgar nos apresenta em sua performance essa “outra” história do passado que não se descola do presente. A princípio, com base no curta-metragem de Silvio Margarido (Correria, 2021), abordarei uma das justificativas para o genocídio dos “infiéis” e tenho como objetivo discutir como o imaginário se funde aos dogmas religiosos, provocando o delírio devoto de todos que fazem parte da engrenagem colonizante na Amazônia acreana. A seguir, apresento o delírio de purificação da floresta em pastos e os efeitos da lógica da floresta morta, adentrando no longa-metragem produzido por Gerson Albuquerque (A vida sem vida, sem morte, sem nada, 2018). Por fim, pretendo dialogar sobre a “terra morredoura”, onde nada vive ou frutifica. Entretanto, a memória de uma terra sem mortes pode fazer, criar e reconstruir, por meio das múltiplas formas de ser e estar no mundo, diversos modos de viver.
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