As sereias de Jericoacoara e seus heróis lunátipos
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2018v13.e35188Palavras-chave:
Literatura fantástica, Sereias, Religião e Literatura, Sagrado femininoResumo
O propósito deste trabalho é o estudo crítico da angústia humana perante o mistério do sagrado feminino no conto de André de Sena. O conto é uma narrativa de viagem ficcional e se insere no contexto da nova literatura imaginativa regional brasileira. Neste artigo são analisados os modos como o fantástico e a simbologia poética refletem preocupações existenciais através dos relatos de encontros. A partir da figura da sereia e da metáfora do mar, podem ser encontradas expressões regionais e típicas de uma localidade, que configuram modos de pensar singulares em relação à emancipação da individualidade pós-moderna. Mesmo com o avanço científico e tecnológico, a origem mútua da vida e da morte ainda desconsola a humanidade contemporânea que, até então, a vincula aos segredos femininos. Através da interpretação do insólito, também são abordados os contrastes entre mobilidades e superstições em diferentes épocas no Brasil. Para a análise do conto, foi utilizado um referencial teórico transdisciplinar de autores das áreas da antropologia, da literatura e da história, a fim de garantir uma abordagem de diálogo literário que reflete o eterno devir humano entre sua ancestralidade e seu destino.Referências
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