Encontros e desencontros nas obras de Ferdinand Denis e José de Alencar
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2018v13.e35138Palavras-chave:
Identidade, Literatura de viagem, O Guarani, Os Maxacalis.Resumo
Neste trabalho, pretendemos explorar a literatura de viagem sobre o Brasil do início do século XIX, no intuito de evidenciar similitudes e diferenças entre as obras Os Maxacalis e O Guarani, do francês Ferdinand Denis e do brasileiro José de Alencar, respectivamente. A escrita de Denis realiza uma influência fundamental no chamado romance indianista do Brasil; será ele que lançará a ideia de um trabalho literário com elementos locais da natureza. Alencar será responsável por desenvolver esse aspecto de identidade nacional, que vai além da literatura, e tomará Os Maxacalis como uma de suas referências. Todavia, guardará também desencontros em relação aos relatos de viagens anteriores, especialmente na figura do índio, pois este se mostra mais submisso e aberto à cultura do colonizador, enquanto o índio de Denis se revela mais subjetivo e avesso ao europeu. Assim, a imagem do índio submisso à cultura e à religião do colonizador constituiria uma dialética da colonização? Seria possível ligar essa imagem de índio derrotado ao romantismo e ao mito fundador da identidade? Que estereótipos poderíamos observar a partir desse quadro, de uso de elementos locais ou da reinserção do índio na cultura brasileira pelo olhar do estrangeiro? São indagações que objetivamos responder neste artigo evidenciando os encontros e desencontros entre as duas obras supracitadas a partir da abordagem de determinados pontos: o índio, as representações de identidade e a ideologia. Usaremos aqui como aporte teórico Bruyas (1979), Bosi (1992) e Gannier (2001).
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