Reflexões sobre a presença de poéticas orais entre nós
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2014v9.e31752Palavras-chave:
Poéticas orais, Formas poéticas, Diálogo entre culturasResumo
Este artigo oferece algumas reflexões sobre as possibilidades de diálogo entre as poéticas orais africanas e ameríndias e as poéticas ocidentais no ambiente literário brasileiro. O texto parte da concepção segundo a qual a cultura brasileira, e, por conseguinte, sua literatura, não é e nem pode ser senão um reflexo da cultura europeia, não tendo os elementos ameríndios e africanos contribuições efetivas; para, baseando-se em discussões teóricas e formais presentes nos trabalhos de Segismundo Spina, Ruth Finnegan, Jerome Rothenberg e Antonio Risério, contrapor àquela concepção a de que um diálogo com formas e obras poéticas orais, particularmente as de origem ameríndia e africana presentes entre nós, é possível e desejável. Discutem-se brevemente algumas teorias acerca do caráter supostamente primitivo das culturas das quais se originaram tais poéticas e algumas de suas características estéticas, sugerindo-se que, por distante que estejam, poéticas orais e escritas possuem pontos em comum que podem aproximá-las.
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