Da vida batida para a batida viva: a batalha poética do rap de improviso como lugar de arma, resistência e problematização de tensões na escola

Autores

  • Janaína Vianna da Conceição Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2014v9.e31742

Palavras-chave:

Rap freestyle, Escola, Performance, Gêneros orais

Resumo

Este trabalho tem como objetivo refletir e discutir sobre possíveis contribuições que o ensino e o trabalho com o rap e o rap freestyle podem proporcionar para a formação de jovens estudantes no contexto escolar em aulas de português e de literatura, com base nas concepções teóricas de gêneros discursivos (BAKHTIN, 2003) e de performance (ZUMTHOR, 2007). Para isso, discorro sobre a contextualização do hip hop e do rap freestyle, além de analisar as temáticas, a performance e as tensões em algumas batalhas de freestyle. Em seguida, aponto alguns motivos pelos quais a escola não trabalha com os gêneros orais e com o hip hop, apresentando argumentos de o porquê esses deveriam ser incluídos não somente no currículo, mas no cotidiano da sala de aula. Por fim, apresento algumas sugestões de trabalho com gêneros orais relacionados ao rap, ao freestyle e a suas batalhas poéticas.

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Biografia do Autor

Janaína Vianna da Conceição, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mestranda em Linguística Aplicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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Publicado

2014-10-30

Como Citar

Conceição, J. V. da. (2014). Da vida batida para a batida viva: a batalha poética do rap de improviso como lugar de arma, resistência e problematização de tensões na escola. Boitatá, 9(18), 134–157. https://doi.org/10.5433/boitata.2014v9.e31742

Edição

Seção

Dossiê

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