Da poesia e seus intérpretes em "Cara-de-Bronze"
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2007v2.e30889Palavras-chave:
Guimarães Rosa, Performance, Oralidade.Resumo
Neste artigo, analisa-se o conto “Cara-de-Bronze”, de Guimarães Rosa, que pertence ao volume No Urubuquaquá, no Pinhém, de Corpo de baile. O objetivo é demonstrar como o autor representa a figura do contador de histórias e confere a ele a responsabilidade de organizar o discurso que se forma a partir de seu contato com a poesia que emerge da relação com o cotidiano. Nota-se que, quando o contador de histórias propõe-se a narrar, mais do que fazer o relato de suas aventuras, ele interfere na capacidade perceptiva de seus interlocutores. Dessa forma, evidencia-se a característica transformadora das narrativas em situações de oralidade. Ao mesmo tempo, o autor concilia, em um mesmo grau de elaboração e significação, as histórias de tradição oral e aquelas provenientes de uma tradição escrita. Como resultado, tem-se uma produção híbrida, que aponta para as múltiplas possibilidades de ritualização da palavra através da performance do contador de histórias.
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