Beowulf em cordel: limiares fantásticos, históricos e culturais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1678-2054.2024vol44n2p8

Palavras-chave:

Beowulf, cordel, fantástico, história

Resumo

Tendo o fantástico como conceito norteador, o presente artigo visa debater e analisar A Saga de Beowulf (2013), do cordelista Marco Haurélio, com ilustrações de Luciano Tasso, uma adaptação da literatura anglo-saxônica para a literatura de cordel brasileira. Por meio de críticos como Tzvetan Todorov (2017), Rosemary Jackson (2009) e David Roas (2009), discutem-se aspectos teóricos e temáticos da narrativa fantástica e suas transformações contemporâneas. Conclui-se que a interpretação e a recriação das tradições folclóricas-culturais presentes no poema Beowulf (ca. séc. X-XI) estão no limiar da materialidade histórica e da narrativa fantástica, misturando a arte autêntica do passado nórdico medieval com reimaginações modernas.

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Biografia do Autor

Rafael Silva Fouto, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutorando em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina

Daniel Serravalle de Sá, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutor em Latin American Cultural Studies pela University of Manchester

Professor da Universidade Federal de Santa Catarina 

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Publicado

05-11-2024

Como Citar

Fouto, Rafael Silva, e Daniel Serravalle de Sá. “Beowulf Em Cordel: Limiares fantásticos, históricos E Culturais”. Terra Roxa E Outras Terras: Revista De Estudos Literários, vol. 44, nº 2, novembro de 2024, p. 8, doi:10.5433/1678-2054.2024vol44n2p8.

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