Antídoto para a mesmice e para a censura do presente, utopia para o futuro
a concepção de cultura do jornal Polo Cultural
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2024vol44n1p71Palavras-chave:
Polo Cultural, concepção de cultura, poesia brasileira, Ditadura militarResumo
Este artigo explora o jornal curitibano Polo Cultural, idealizado pelo poeta e jornalista Reynaldo Jardim, em circulação entre março e dezembro de 1978 e, atualmente, disponível no acervo da Biblioteca Pública do Paraná. Selecionamos um suplemento produzido fora dos grandes centros, menos amplamente conhecido e investigado, privilegiando, porém, que comportasse debates teóricos sobre a visão de cultura e de literatura então emergentes. A hipótese defendida é a de que a configuração do Polo Cultural, caracterizado por uma concepção ampla de cultura nacional e pela tentativa de defini-la por meio do estreitamento de laços com a comunidade leitora, é fruto de um contexto histórico específico: se, por um lado, a iminência da redemocratização possibilitava a formação de um horizonte utópico que permitia imaginar um novo tipo de sociedade; por outro, ela também impunha uma luta contra a massificação e contra a institucionalização da arte. Simultaneamente, examinamos também como a poesia publicada no Polo Cultural respondeu aos ideais do jornal e, consequentemente, aos desafios de seu tempo.
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