Antídoto para a mesmice e para a censura do presente, utopia para o futuro
a concepção de cultura do jornal Polo Cultural
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2024vol44n1p71Palavras-chave:
Polo Cultural, concepção de cultura, poesia brasileira, Ditadura militarResumo
Este artigo explora o jornal curitibano Polo Cultural, idealizado pelo poeta e jornalista Reynaldo Jardim, em circulação entre março e dezembro de 1978 e, atualmente, disponível no acervo da Biblioteca Pública do Paraná. Selecionamos um suplemento produzido fora dos grandes centros, menos amplamente conhecido e investigado, privilegiando, porém, que comportasse debates teóricos sobre a visão de cultura e de literatura então emergentes. A hipótese defendida é a de que a configuração do Polo Cultural, caracterizado por uma concepção ampla de cultura nacional e pela tentativa de defini-la por meio do estreitamento de laços com a comunidade leitora, é fruto de um contexto histórico específico: se, por um lado, a iminência da redemocratização possibilitava a formação de um horizonte utópico que permitia imaginar um novo tipo de sociedade; por outro, ela também impunha uma luta contra a massificação e contra a institucionalização da arte. Simultaneamente, examinamos também como a poesia publicada no Polo Cultural respondeu aos ideais do jornal e, consequentemente, aos desafios de seu tempo.
Downloads
Referências
ARAÚJO, Adalice. O mito vivo da ilha. Polo Cultural, Curitiba, ano 1, n. 2, p. 2, 30 mar 1978.
BOSI, Viviane. Poesia em risco: itinerários para aportar nos anos 1970 e além. São Paulo: Editora 34, 2021.
BRAGA, Edgar. Chuva. Polo Cultural, Curitiba, ano 1, n. 13, p. 1, 15 jun 1978.
COELHO, Cláudio Novaes Pinto. A contracultura: o outro lado da modernização autoritária. Antônio Risério et al. Anos 70: trajetórias. São Paulo: Itaú Cultural/Iluminuras, 2005. 39-46.
DURÃO, Fabio Akcelrud. Circulação e princípio constitutivo. José Luís Jobim, org. A circulação literária e cultural. Frankfurt: Peter Lang, 2017. 53-70.
FARIA, Hamilton. Poema. Polo Cultural / Inventiva, Curitiba, ano 1, n. 17, p. 6, 13 jul 1978.
GASPARI, Elio. O sacerdote e o feiticeiro: a ditadura encurralada. Coleção Ditadura. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2004. 363-394.
GOMES, Roberto. Tupiniquim. Polo Cultural, Curitiba, ano 1, n. 1, p. 3, 15 mar 1978.
JARDIM, Reynaldo. Capa. Ilustração de Solda. Diário do Paraná: Anexo, Curitiba, ano XXII, n. 6.503, p. 1, 30 jan 1977.
KARAM, Elizabeth. Art show: companya expiral. Polo Cultural, Curitiba, ano 1, n. 1, p. 4, 15 mar 1978.
LANZA, Furio. Roteiro básico para uma vida sem livros. Sibila: Revista de Poesia e Cultura, Cotia, ano 4, n. 7, p. 90-93, 2004.
LEMINSKI, Paulo. Ensaios e anseios crípticos. Campinas: Unicamp, 2011.
LEMINSKI, Paulo. A inteligência provinciana. Polo Cultural, Curitiba, ano 1, n. 2, p. 6, 30 mar 1978.
LIMA, Luiz Costa. A ousadia do poema: ensaios sobre a poesia moderna e contemporânea brasileira. São Paulo: Editora Unesp, 2022.
MACHADO, Duda. Fragmento de um canto ritual. Polo Cultural / Arte, Curitiba, ano 1, n. 14, p. 8, 22 jun 1978.
MACHADO, Duda. exílio. Polo Cultural / Inventiva, Curitiba, ano 1, n . 21, p. 4, 10 jul 1978.
SANCHES NETO, Miguel. A reinvenção da província: a revista Joaquim e o espaço de estréia de Dalton Trevisan. Tese de doutorado (Doutorado em Teoria e História Literária) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1998.
SANTIAGO, Silviano. Vale quanto pesa: ensaios sobre questões político-culturais. São Paulo: Paz e Terra, 1982.
VALERY, Paul. Lições de Poética. Trad. Pedro Sette-Câmara. Belo Horizonte: Editora Âyiné, 2012.
VIEIRA, Antonio Strano. Amassa a massa. Polo Cultural, Curitiba, ano 1, n. 2, p. 7, 30 mar 1978.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Camila Hespanhol Peruchi
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution International 4.0 License, permitido o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho em linha (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.