Marcas do tempo na poesia de Nuno Júdice

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1678-2054.2018v36p64

Palavras-chave:

Poesia portuguesa, Tempo, Tradição, Contemporaneidade

Resumo

O tempo é um elemento que revela bem mais que marcações cronológicas. Considerado em seu aspecto fugidio, ele é associado à inconstância própria do movimento da vida e da literatura. Diante disso, este estudo analisa a presença do tempo em cinco poemas do livro Meditação sobre ruínas (1999), de Nuno Júdice. Para tanto, toma as reflexões de Martelo (2010), Benjamin (1989), Marques (2006), Friedrich (1978) e Agamben (2006). Nos desdobramentos de sentido do tema, a relação do poeta com a tradição literária é marcada por um passado relido como tempo mítico, legado cultural ou elemento do próprio presente. Na poética de Júdice há uma consciência dos processos dinâmicos que constituem a vida e a escrita. Nesse sentido, o poeta percebe o momento histórico – a contemporaneidade – ao compreender as relações com a tradição herdada, com os seus pares e com os novos percursos literários que, fatalmente, irão se impor. Em outros termos, o tempo na sua poesia se situa entre o legado e um porvir, se não apocalíptico, pelo menos conturbado

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Biografia do Autor

Ivana Teixeira Figueiredo Gund, Universidade do Estado da Bahia

Mestre em Letras - Teoria da Literatura - pela Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF. Doutora em Estudos Literários pela Faculdade de Letras - Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Professora vinculada ao Grupo de Pesquisa: Literatura e Representações Urbanas - UEFS. Professora vinculada ao Grupo de Estudos Interdisciplinares em Cultura, Educação e Linguagens - UNEB.

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Publicado

18-12-2018

Como Citar

GUND, I. T. F. Marcas do tempo na poesia de Nuno Júdice. Terra Roxa e Outras Terras: Revista de Estudos Literários, [S. l.], v. 36, p. 64–75, 2018. DOI: 10.5433/1678-2054.2018v36p64. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/terraroxa/article/view/32974. Acesso em: 28 mar. 2024.