Dano celular, trocas gasosas e crescimento da Annona squamosa L. irrigada com águas salinas e fertilização potássica
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n3p999Palavras-chave:
Semiárido, Estresse salino, Atenuação.Resumo
A região semiárida do Nordeste brasileiro apresenta limitações hídricas em termos quantitativos e qualitativos, tendo o estresse salino como um fator limitante para o aumento da produtividade na maioria das culturas. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo, avaliar o dano celular, as trocas gasosas e o crescimento da pinheira sob estresse salino e adubação potássica. A pesquisa foi realizada na Fazenda Experimental do CCTA/UFCG, em São Domingos-PB, Brasil. Foi utilizado o delineamento em blocos casualizados, arranjados em esquema fatorial 2 × 5 sendo dois níveis de condutividade elétrica da água de irrigação - CEa (1,3 e 4,0 dS m-1) e cinco doses de potássio (10, 15, 20, 25 e 30 g de K2O por planta por ano). A salinidade da água de 4,0 dS m-1 afetou de forma negativa o diâmetro de caule e o número de folhas da pinheira, aos 179 e 210 dias após o transplantio (DAT). O maior crescimento relativo em diâmetro de caule no período de 179-245 DAT foi obtido nas plantas irrigadas com água de 4,0 dS m-1 e adubação com 20 g de K2O por planta. Doses de potássio de até 30 g de K2O resultaram em maior percentual de dano celular e conteúdo relativo de água nos tecidos foliares da pinheira. O déficit de saturação hídrica diminuiu com o aumento nas doses de K2O nas plantas irrigadas com água de 1,3 dS m-1. Irrigação com água de 1,3 dS m-1 e doses estimadas de K2O variando de 16 a 22 g por planta resultaram em incremento na condutância estomática, transpiração, taxa de assimilação de CO2 e eficiência instantânea de carboxilação das plantas de pinheira, aos 210 DAT.Downloads
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