Influência do estresse térmico durante a maturação in vitro na competência de desenvolvimento de oócitos e embriões e na expressão de Sirtuínas em complexos de oócitos do cumulus em bovinos

Resumo

As sirtuínas são de importância central para muitas funções celulares e promovem a sobrevivência celular em células sob estresse. No entanto, apenas algumas informações sobre a relação da sirtuína e a biologia da reprodução feminina estão disponíveis, especialmente em resposta ao estresse térmico. O objetivo do presente estudo foi investigar a influência do estresse térmico moderado alto (40 °C) e baixo (37 °C) durante toda a maturação in vitro na competência de desenvolvimento de oócitos bovinos e no desenvolvimento embrionário, bem como a expressão e abundância de sirtuínas e proteínas envolvidas na resposta ao estresse. Os complexos cumulus-oócitos (COC) de vacas Simental (Bos taurus) foram maturados in vitro em diferentes temperaturas (37 °C, 38,5 °C e 40 °C). Antes da maturação, os oócitos foram corados com Azul Cresil Brilhante (BCB) e então categorizados como marcados (BCB+) e não marcados (BCB-). Primeiro, a produção de embriões foi analisada de acordo com as diferentes temperaturas de maturação in vitro (IVM). A extrusão do corpo polar foi avaliada após IVM e a abundância de mRNA e proteína de sirtuínas e P53 em oócitos e células cumulus foram analisadas. Diferentes temperaturas durante IVM não alteraram significativamente a extrusão do corpo polar e a taxa de clivagem, no entanto, houve diferenças significativas na produção de blastocistos. COC maturado a 38,5 °C (controle) teve a maior taxa de blastocisto, em contraste com aqueles maturados a 37 °C (33,2%) e 40 °C (21,5%). Em todos os grupos, as taxas de blastocisto foram maiores para oócitos BCB+ do que para oócitos BCB-. Em oócitos BCB+ a expressão gênica de SIRT1, SIRT2, SIRT3 e SIRT5 foi maior após a maturação do que antes da maturação e na maioria dos casos, sua expressão foi maior quando IVM foi realizada a 38,5 °C. Em células cumulus de BCB+ COC, apenas SIRT2 não foi afetado pela temperatura de maturação. Em resumo, a mudança de temperatura de ±1,5°C por 24 horas durante a maturação do oócito bovino prejudica o desenvolvimento do embrião in vitro e leva a diversas alterações bioquímicas celulares no oócito e nas células da granulosa de COC com maior competência de desenvolvimento (BCB+). SIRT1 é importante para o desenvolvimento do embrião in vitro e parece estar relacionado ao processo de proteção contra o estresse pelo frio e calor.