Rede de trânsito animal, tamanho de rebanho e brucelose bovina no Estado de Mato Grosso, Brasil

Autores

  • Rafael Ishibashi Cipullo Universidade de São Paulo
  • José Henrique Hildebrand Grisi-Filho Universidade de São Paulo
  • Ricardo Augusto Dias Universidade de São Paulo
  • Fernando Ferreira Universidade de São Paulo
  • José Soares Ferreira Neto Universidade de São Paulo
  • Vitor Salvador Picão Gonçalves Universidade de Brasília
  • Fernando Silveira Marques Universidade de São Paulo
  • Rísia Lopes Negreiros Instituto de Defesa Agropecuária do Estado do Mato Grosso
  • Raul Ossada Universidade de São Paulo
  • Marcos Amaku Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2016v37n5Supl2p3777

Palavras-chave:

Brucelose bovina, Rede complexa, Tamanho de rebanho, Trânsito animal, Mato Grosso.

Resumo

O objetivo do presente estudo foi comparar medidas de centralidade e outras medidas da rede de trânsito bovino no estado de Mato Grosso, Brasil, em 2007, pela análise de rebanhos positivos e negativos identificados no levantamento de brucelose realizado em 2003. Além disso, examinamos a associação entre tamanho de rebanho (medido pelo número de fêmeas acima de 24 meses, denotado FEM24+) e o comércio animal entre rebanhos. Foi observada uma associação estatística entre brucelose e tanto o grau total (número de animais comercializados) quanto o grau de saída (para número de animais vendidos e número de rebanhos vizinhos). Tal associação sugere que rebanhos positivos no levantamento de 2003 comercializavam (em particular, vendiam) com mais frequência em 2007 que rebanhos negativos, aumentando presumivelmente o risco de espalhamento da doença. Diferenças estatísticas observadas (valore de p) na rede de trânsito para reprodução foram mais significativas do que aqueles observadas em outras redes para tamanho médio de rebanho; grau de animais, lotes e vizinhos; grau de saída de vizinhos; e centralidade por intermediação (“betweenness”). Observamos associações. Encontramos associações positivas (p < 0,001) entre as seguintes variáveis: número de animais comercializados e FEM24+; FEM24+ e FEM24+ de vizinhos na rede de trânsito bovino; FEM24+ de vizinhos e número de animais comercializados; e grau ponderado (animais) de vizinhos e grau (animais) do rebanho de origem. Uma comparação entre rebanhos positivos e negativos estratificados por tamanho de rebanho (? 10 FEM24 +; 11-50 FEM24+; e > 50 FEM24+), na rede de trânsito para reprodução, revelou diferenças significativas (p < 0,05) somente na categoria > 50 FEM24+, para tamanho médio de rebanho, grau total (animais, lotes e vizinhos), grau de saída (animais, lotes e vizinhos), e centralidade por proximidade (“closeness”) de saída. Uma análise de regressão logística, em que tamanho médio de rebanho e grau (animais) foram os fatores, mostrou que um aumento de 10 vezes no tamanho do rebanho e no número de animais comercializados levaria a um aumento na chance de um rebanho ser positivo de 41% (OR = 1,41 [1,01; 1,99]) e 39% (OR = 1,39 [1,05; 1,85]), respectivamente. Concluímos que a presença de brucelose bovina está associada com tamanho de rebanho maior, o que é consistente com outros relatos. Encontramos uma associação entre o aumento de comércio de bovinos e a presença de brucelose bovina. Além disso, foi observada uma associação entre o tamanho de rebanho e o comércio animal, ambos dos quais poderiam contribuir para o espalhamento de brucelose.

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Biografia do Autor

Rafael Ishibashi Cipullo, Universidade de São Paulo

Discente, Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, SP, Brasil.

José Henrique Hildebrand Grisi-Filho, Universidade de São Paulo

Prof., Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, USP, São Paulo, SP, Brasil.

Ricardo Augusto Dias, Universidade de São Paulo

Prof., Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, USP, São Paulo, SP, Brasil.

Fernando Ferreira, Universidade de São Paulo

Prof., Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, USP, São Paulo, SP, Brasil.

José Soares Ferreira Neto, Universidade de São Paulo

Prof., Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, USP, São Paulo, SP, Brasil.

Vitor Salvador Picão Gonçalves, Universidade de Brasília

Prof., Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, UNB, Brasília, Brasil.

Fernando Silveira Marques, Universidade de São Paulo

Discente, Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, SP, Brasil.

Rísia Lopes Negreiros, Instituto de Defesa Agropecuária do Estado do Mato Grosso

Pesquisadora, Instituto de Defesa Agropecuária do Estado do Mato Grosso, INDEA, Cuiabá, MT, Brasil.

Raul Ossada, Universidade de São Paulo

Discente, Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, SP, Brasil.

Marcos Amaku, Universidade de São Paulo

Prof., Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, USP, São Paulo, SP, Brasil.

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Publicado

2016-11-09

Como Citar

Cipullo, R. I., Grisi-Filho, J. H. H., Dias, R. A., Ferreira, F., Ferreira Neto, J. S., Gonçalves, V. S. P., … Amaku, M. (2016). Rede de trânsito animal, tamanho de rebanho e brucelose bovina no Estado de Mato Grosso, Brasil. Semina: Ciências Agrárias, 37(5Supl2), 3777–3792. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2016v37n5Supl2p3777

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