Situação epidemiológica da Anemia Infecciosa Equina no estado do Paraná, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2023v44n4p1557

Palavras-chave:

Anemia Infecciosa Equina, Prevalência, Fatores de risco, Paraná, Brasil.

Resumo

Para auxiliar a tomada de decisões em relação à execução do Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos no estado do Paraná, foi realizado um estudo para estimar a prevalência de focos e de animais para Anemia Infecciosa Equina (AIE) e também identificar os possíveis fatores de risco para a doença. O estado foi dividido em três regiões, dentro das quais cerca de 300 propriedades foram aleatoriamente selecionadas. Nas propriedades sorteadas, foi examinado um número mínimo de animais com idade igual ou superior a 6 meses para caracterizá-la como foco (pelo menos um animal soropositivo) ou não foco de AIE. Nas propriedades amostradas foi aplicado um questionário epidemiológico para averiguar as possíveis associações entre a doença e as características da propriedade, incluindo suas práticas sanitárias e zootécnicas. O teste utilizado foi a Imunodifusão em Gel de Ágar (IDGA). Foram testados 2818 equídeos oriundos de 889 propriedades. No estado, a prevalência de focos foi de 1,55% [0,92; 3,00] e a de animais 0,55% [0,27; 1,00]. A introdução de equídeos apresentou associação com a AIE (OR=5,5 [1,9; 15,9]). Os proprietários paranaenses de equídeos devem ser alertados para a necessidade de observar cuidados sanitários relativos à AIE ao introduzir animais nos seus plantéis. Em 2018, a sensibilidade do Sistema de Vigilância para AIE no Paraná foi de apenas 1,36%, provavelmente insuficiente para alterar o equilíbrio endêmico da doença, portanto, precisa ser reavaliado envolvendo no processo todos os agentes públicos e privados interessados no tema.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ricardo Gonçalves Velho Vieira, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo

Veterinário, Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, Curitiba, PR, Brasil. Mestrando do Programa de Epidemiologia Experimental e Aplicada a Zoonoses, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, SP, Brasil.

Rafael Gonçalves Dias, Agência de Defesa Agropecuária do Paraná

Veterinário, Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, Curitiba, PR, Brasil.

Fernando Ferreira, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo

Professor Titular, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, USP, São Paulo, SP, Brasil. Investigador. WOAH-Centro Colaborador para Economia da Saúde Animal na Região das Américas.

Ricardo Augusto Dias, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo

Professor Associado, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, São Paulo, SP, Brasil. Investigador. WOAH-Centro Colaborador para Economia da Saúde Animal na Região das Américas.

José Henrique Hildebrand Grisi Filho, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo

Professor Assistente, DVM, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, USP, São Paulo, SP, Brasil. Investigador. WOAH-Centro Colaborador para Economia da Saúde Animal na Região das Américas.

Marcos Bryan Heinemann, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo

Professor Associado, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, São Paulo, SP, Brasil. Investigador. WOAH-Centro Colaborador para Economia da Saúde Animal na Região das Américas

Evelise Oliveira Telles, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo

Professor Titular ,Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, USP, São Paulo, SP, Brasil. Investigador. WOAH-Centro Colaborador para Economia da Saúde Animal na Região das Américas.

José Soares Ferreira Neto, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo

Professor Titular, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, USP, São Paulo, SP, Brasil. Investigador. WOAH-Centro Colaborador para Economia da Saúde Animal na Região das Américas.

Referências

Almeida, V. M. A., Gonçalves, V. S. P., Martins, M. F., Haddad, J. P. A., Dias, R. A., Leite, R. C., & Reis, J. K. P. (2006). Anemia infecciosa eqüina: prevalência em equídeos de serviço em Minas Gerais. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, 58(2), 141-148. doi: 10.1590/S0102-09352006000200001 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-09352006000200001

Almeida, V. M. A., Oliveira, C. H. S., Fiorillo, K. S., Martins, M. F., Leite, R. C., Reis, J. K. P., & Gonçalves, V. S. P. (2017). Prevalência da anemia infecciosa equina em haras de Minas Gerais, Brasil. Semina: Ciências Agrárias, 38(3), 1335-1346. https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/semagrarias/article/view/23982/21041 DOI: https://doi.org/10.5433/1679-0359.2017v38n3p1335

Andrade, D. R. F., Rezende, A. S. C., Santos, S. A., Nogueira, M. F., Santiago, J. M., Lage, J., Melo, M. M., Reis, J. K. P., & Trigo, P. (2018). Equine infectious anemia affects the athletic performance of equines from the Brazilian Pantanal region. (Scientific Notes) Pesquisa Agropecuária Brasileira, 53(10), 1184-1188. doi: 10.1590/S0100-204X2018001000012 DOI: https://doi.org/10.1590/s0100-204x2018001000012

Animal and Plant Health Inspection Service (2007). Equine infectious anemia: uniform methods and rules. United States Department of Agriculture. https://www.aphis.usda.gov/vs/nahss/equine/eia/eia_umr_jan_10_2007.pdf

Barros, M. L., Borges, A. M. C. M., Oliveira, A. C. S., Lacerda, W., Souza, A. O., & Aguiar, A. C. S. (2018). Spatial distribution and risk factors for equine infectious anaemia in the state of Mato Grosso, Brazil. Revue Scientifique et Technique - Office International des Épizooties, 37(2), 1-32. https://www.woah.org/app/uploads/2021/03/28082018-00126-en-barros-aguiar

Barzoni, C. S., Nogueira, D. M. P., Marques, G. D., Diehl, G. N., Pellegrini, D. C. P., & Brum, M. C. S. (2018). Equine infectious anemia in the western region of Rio Grande do Sul, Brazil. Ciência Rural, 48(6), e20170809. doi: 10.1590/0103-8478cr20170809 DOI: https://doi.org/10.1590/0103-8478cr20170809

Callefe, J. L. R., & Ferreira, J. S., Neto. (2020). Sistemas de vigilância em saúde animal. Universidade de São Paulo, Portal de livros abertos da USP. http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/book/595 DOI: https://doi.org/10.11606/9786587778044

Canadian Food Inspection Agency (2014). Equine infectious anemia manual of procedures. Animal Health Directorate. Policy and Programs.

Coggins, L., & Norcross, N. L. (1970). Immuno-diffusion reaction in equine infectious anemia. Cornell Veterinarian, 60(2), 330-335.

Costa, A. M. P. S. (2018). Análise temporal da ocorrência da anemia infecciosa equina no Brasil no período de 2005 a 2016. Tese de doutorado, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, SP, Brasil. https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/180494/costa_amps_me_jabo.pdf?sequence=5&isAllowed=y

Dean, J. A., Colombier, D., Smith, D. C., Brendel, A. K., Arner, T. G., & Dean, A. G. (1996). Epi-Info, version 6: A word processing database and statistics systems for epidemiology on microcomputers. Centers for Disease Control and Prevention (CDC).

Diniz, R. S., Reis, J. K. P., & Haddad, J. P. (2020). Bayesian estimation of RGP90 ELISA parameters for diagnosis of equine infectious anemia. Journal of Veterinary Medicine and Animal Sciences, 3(1), 1031. https://meddocsonline.org/journal-of-veterinary-medicine-and-animal-sciences/bayesian-estimation-of-RGP90-ELISA-parameters-for-diagnosis-of-equine-infectious-anemia.pdf

Dohoo, I., Martin, W., & Stryhn, H. (2010). Veterinary epidemiologic research. VER Inc.

Guimarães, L. A., Bezerra, R. A., Mendonça, C. E. D., D´Afonseca, W. O., & Albuquerque, G. R. (2011). Prevalência do vírus da anemia infecciosa equina na mesorregião do sul baiano, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, 33(2), 85-88. https://bjvm.org.br/BJVM/article/view/795/651

Heidmann, M. J., Fischer, V. L., Manhezzo, T. G., Santos, J. D., & Castro, B. G. (2012). Estudo retrospectivo da anemia infecciosa equina na região Centro-sul do Pará, Brasil, 2007-2010. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, 34(3), 192-197. https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi46t6Ohf2BAxXLq5UCHaO9DCgQFnoECBQQAQ&url=https%3A%2F%2Fbjvm.org.br%2FBJVM%2Farticle%2Fdownload%2F722%2F583&usg=AOvVaw24kEbdf4YLnqd9vUfp1pzr&opi=89978449

Hosmer, D. W., Lameshow, S., & Sturdivant, R. X. (2013). Applied logistic regression. John Wiley and Sons. DOI: https://doi.org/10.1002/9781118548387

Macêdo, A. C. C. (2019). Distribuição espacial da anemia infecciosa equina no estado do Maranhão. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual do Maranhão, São Luís, MA, Brasil.

Machado, G., Corbellini, L. G., Diego, A. F., Dieh, G. N., Santos, D. V., Jara, M., & Costa, E. F. (2021). Impact of changes of horse movement regulations on the risks of equine infectious anemia: a risk assessment approach. Preventive Veterinary Medicine, 190, 105319. doi: 10.1016/j.prevetmed.2021.105319 DOI: https://doi.org/10.1016/j.prevetmed.2021.105319

Melo, R. M., Cavalcanti, R. C., Villalobos, E. M. C., Cunha, E. M. S., Lara, M. C. C. S. H., & Aguiar, D. M. (2012). Ocorrência de equídeos soropositivos para os vírus das encefalomielites e anemia infecciosa no Estado de Mato Grosso. Arquivos do Instituto Biológico, 79(2), 169-175. https://www.scielo.br/j/aib/a/FgWSmSTq XVkfGMK8nrfJqd/?format=pdf&lang=pt DOI: https://doi.org/10.1590/S1808-16572012000200004

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. MAPA (2004). Instrução Normativa nº 45, de 15 de junho de 2004. Aprova as normas para a prevenção e o controle da Anemia Infecciosa Equina - AIE. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 129, p. 7-9, 7 jul. 2004. http://www.adapar.pr.gov.br/FAQ/Legislacao-da-Saude-Animal

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. MAPA. (2014). Portaria Nº 378, de 17 de dezembro de 2014. Normas para credenciamento e monitoramento de laboratórios de diagnóstico de Anemia Infecciosa Equina. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 2014. Seção 1, p. 19.12; 136. http://www3.servicos.ms.gov.br/iagro_ged/pdf/2337_GED.pdf

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. MAPA. (2018). Instrução Normativa nº 52, de 26/11/2018. Diário Oficial da União de 27/11/2018, Edição 227, Seção 1, p. 9-10. https://www.adapar.pr.gov.br/sites/adapar/arquivos_restritos/files/documento/2020-10/in_52_requisicaoaie.pdf

Moraes, D. D. A., Gonçalves, V. S. P., Mota, A. L. A. A., & Borges, J. R. (2017). Situação epidemiológica da anemia infecciosa equina em equídeos de tração do Distrito Federal. Pesquisa Veterinária Brasileira, 37(10), 1074-1078. doi: 10.1590/S0100-736X2017001000006 DOI: https://doi.org/10.1590/s0100-736x2017001000006

Nogueira, M. F., Oliveira, J. M., Aguiar, D. M., Juliano, R. S., Reis, J. K. P., & Abreu, U. G. P. (2018). Anemia Infecciosa Equina no Pantanal Sul-Mato-Grossense: soroprevalência e avaliação da adoção de um programa de controle. (Documentos 156). EMBRAPA Pantanal https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1101245/anemia-infecciosa-equina-no-pantanal-sul-mato-grossense-soroprevalencia-e-avaliacao-da-adocao-de-um-programa-de-controle

Pádua, B. R., Dias, R. A., Fioravanti, M. C. S., & Borssanelli, A. C. (2022). Seroprevalence and risk factors associated with equine infectious anemia in the state of Goias, Brazil. Preventive Veterinary Medicine, 209, 105781. doi: 10.1016/j.prevetmed.2022.105781 DOI: https://doi.org/10.1016/j.prevetmed.2022.105781

Pena, L. J., Pena, D. A., Barrios, P. R., Dale, R., Lamêgo, M. R. A., & Moraes, M. P. (2006). Levantamento soro-epidemiológico da infecção pelo vírus da Anemia Infecciosa Equina, da Influenza Equina-2 e do Herpesvírus Equino-1 em rebanhos do sul do Estado do Pará, Brasil. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, 43(4), 537-542. https://www.locus.ufv.br/bitstream/123456789/16792/1/artigo.pdf DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1678-4456.bjvras.2006.26470

R Core Team (2016). R: a language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing. https://www.R-project.org/

Ribeiro, T. M. P., & Freiria, L. M. (2018). Anemia infecciosa equina na região Norte do Brasil no período 2005-2017. Boletim do Museu Integrado de Roraima (online), 12(1), 2317-5206. https://periodicos.uerr.edu.br/index.php/bolmirr/article/view/661/345 DOI: https://doi.org/10.24979/bolmirr.v12i01.661

Santos, J. D., Lourenço, F. J., & Castro, B. G. (2016). Estudo retrospectivo da anemia infecciosa equina na região médio-norte matogrossense, Brasil, 2006-2011. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, 38(1), 79-85. file:///C:/Users/fmvz/Downloads/247-Final%20version%20-%20complete-381-546-10-201710 10.pdf

Sergeant, E. S. G. (2018a). Epitools epidemiological calculators. Ausvet. HerdPlus: SeH and SpH for range of sample sizes and cut-points for given herd size. https://epitools.ausvet.com.au/herdplusthree

Sergeant, E. S. G. (2018b). Epitools epidemiological calculators. Ausvet. Sensitivity and specificity of two tests used in parallel or series. https://epitools.ausvet.com.au/twoteststwo

Thrusfield, M., & Christley, R. (2018). Veterinary epidemiology. Wiley-Blackwell. DOI: https://doi.org/10.1002/9781118280249

World Organization for Animal Heath (2019). Equine infectious anaemia (Chapter 3.6.6.) Terrestrial Code. https://www.oie.int/fileadmin/Home/eng/Health_standards/tahm/3.06.06_EIA.pdf

Downloads

Publicado

2023-10-23

Como Citar

Vieira, R. G. V., Dias, R. G., Ferreira, F., Dias, R. A., Grisi Filho, J. H. H., Heinemann, M. B., … Ferreira Neto, J. S. (2023). Situação epidemiológica da Anemia Infecciosa Equina no estado do Paraná, Brasil. Semina: Ciências Agrárias, 44(4), 1557–1570. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2023v44n4p1557

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 5 > >> 

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.