A remoção dos Xavante de Marãiwatsédé na década de 1960: o esbulho da terra para a abertura da Agropecuária Suiá Missú S/A
DOI:
https://doi.org/10.5433/2176-6665.2017v22n2p125Palabras clave:
Expansão da Fronteira Agropecuária, Expropriação de terra, Conflito interétnicoResumen
Este artigo narra, através de fontes oficiais e escritas, o esbulho da Terra Indígena Marãiwatsédé dos Xavante que foi privatizada e transformada na empresa agropecuária Suiá Missú na década de 1960. O empresário colonizador Ariosto da Riva adquiriu uma área com mais de 695 mil hectares, vendidos a ele ou a terceiros, pelo próprio estado do Mato Grosso, que tinha conhecimento da presença dos Xavante na área comercializada. O Governo Federal, através do SPI, apoiou a remoção dos Xavante da área, fornecendo inclusive aviões da FAB. Essas ações, tanto do Governo Estadual, quanto Federal, ocorreram num período de “expansão da fronteira agropecuária”, com estímulos à iniciativa privada, através de incentivos fiscais e financiamentos, como no caso da Suiá Missú, que além de explorar a mão de obra Xavante ainda expropriou suas terras em 1966.Descargas
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