Conhecer os riscos, administrar a vida: aconselhamento genético entre a biopolítica e a sociedade de controle
DOI:
https://doi.org/10.5433/2176-6665.2015v20n1p151Palabras clave:
Aconselhamento genético, Eugenia, Biopoder, Sociedade de controleResumen
Neste artigo, comparamos o modo de funcionamento do aconselhamento genético (AG) com as medidas eugênicas do século passado. Realizamos uma análise de materiais jornalísticos publicados no Brasil sobre o AG, além de uma discussão teórica sobre as configurações do biopoder num contexto biotecnológico. Concluímos que, enquanto a eugenia era exercida por Estados que disciplinavam as condutas individuais e regulavam as populações para "melhorar a raça humana", o AG se aproxima da racionalidade da governamentalidade neoliberal e da sociedade de controle. Isso porque o AG se desenrola num contexto em que governo, mercado e especialistas modulam o campo de probabilidades e riscos aberto por indivíduos que, como "empreendedores de si mesmos", precisam administrar seu capital genético e são tidos como clientes e acionistas, além de pacientes e cidadãos.Descargas
Citas
BRUNONI, Décio. Aconselhamento Genético. Ciência e saúde coletiva, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 101-107, 2002.
CASTELFRANCHI, Yurij. Scientists to the streets. Science, politics and the public moving towards new osmoses. JCOM - Journal of Science Communication, Trieste, v. 1, n. 2, p. 1-14, jun. 2002.
CASTELFRANCHI, Yurij. As serpentes e o bastão: tecnociência, neoliberalismo inexorabilidade. 2008. Tese (Doutorado em Sociologia) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.
DELEUZE, Gilles. Post-scriptum sobre as sociedades de controle. In: DELEUZE, Gilles. Conversações: 1972-1990. Rio de Janeiro: Ed. 34, 2010.
DINIZ, Débora. Autonomia reprodutiva: um estudo de caso sobre a surdez. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 175-181, jan.- fev. 2003.
FOUCAULT, Michel. About the Beginning of the Hermeneutics of the Self: Two Lectures at Dartmouth. Political Theory, v. 21, n. 2, p. 198-227, may. 1993.
FOUCAULT, Michel. A governamentalidade. In: FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2006.
FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica: curso dado no Collège de France (1978-1979). São Paulo: Martins Fontes, 2008a.
FOUCAULT, Michel. Segurança, território, população: curso dado no Collège de France (1977-1978). São Paulo: Martins Fontes, 2008b.
HARAWAY, Donna. A Cyborg Manifesto: Science, Technology, and Socialist Feminism in the Late Twentieth Century. In: HARAWAY, Donna. Simians, Cyborgs and Women: The Reinvention of Nature. New York: Routledge, 1991.
LEWIS, R. Barry; MAAS, Steven. QDA Miner 2.0: Mixed-Model Qualitative Data Analysis Software. Field Methods, v. 19, n. 1, p. 87-108, feb. 2007.
LOPEZ-RUIZ, Osvaldo. A técnica como capital e o capital humano genético. Novos estudos - CEBRAP, n. 80, p. 127-139, mar. 2008.
MONTEIRO, Marko. Os dilemas do humano: reinventando o corpo numa era (bio)tecnológica. São Paulo: Annablume, FAPESP, 2012.
NOVAS, Carlos; ROSE, Nikolas. Genetic risk and the birth of the somatic individual. Economy and Society, v. 29, n. 4, p. 485-513, nov. 2000.
NOWOTNY, Helga; SCOTT, Peter; GIBBONS, Michael. Rethinking science: knowledge and the public in an age of uncertainty. Cambridge: Polity Press, 2001.
PEPPERELL, Robert. The Posthuman Condition: consciousness beyond the brain. Bristol: Intellect, 2003.
PINA-NETO, João Monteiro. Aconselhamento genético. Jornal de Pediatria (Rio J.), Porto Alegre, v. 84, n. 4, p. 20-26, ago. 2008.
ROSE, Nikolas. Politics of life itself: biomedicine, power, and subjectivity in the twenty-first century. Princeton: Princeton University Press, 2007.
SOUZA, Vanderlei. Em nome da raça: a propaganda eugênica e as idéias de Renato Kehl nos anos 1910 e 1920. Revista de História Regional, Ponta Grossa, v. 11, n. 2, p. 29-70, 2007.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2015 Bruno Lucas Saliba de Paula, Yurij Castelfranchi

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Los derechos de autor de los artículos publicados en Mediations son del autor; En caso de republicación parcial o total de la primera publicación, se solicita a los autores que indiquen la publicación original en la revista.
Mediações utiliza la licencia Creative Commons Attribution 4.0 International, que proporciona acceso abierto, permitiendo a cualquier usuario leer, descargar, copiar y difundir su contenido, siempre que esté debidamente referenciado.
Las opiniones emitidas por los autores de los artículos son de su exclusiva responsabilidad.

























