"Vivenciar o Sentido da Morte é na Prática": os Profissionais de Saúde e suas Vivências com a Morte em um Hospital do Câncer na Paraíba.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e46964

Palavras-chave:

morte, profissionais da saúde, câncer, hospital, cuidados paliativos

Resumo

Nesse relato etnográfico serão apresentadas as experiências dos profissionais de saúde do Hospital Napoleão Laureano com a morte e o processo de morrer com os pacientes com câncer. Trata-se de uma etnografia hospitalar, buscando contemplar as diferentes categorias de experiência diante do processo de morte. Foram entrevistados profissionais de diversas categorias da equipe multiprofissional que cuida dos pacientes com câncer, sendo observado questões em comum em seus discursos, quando se direciona às experiências de morte infantil, o medo do primeiro paciente morto e as técnicas com o corpo morto. Diante dos resultados, ficou evidente a necessidade de uma formação profissional voltada para a discussão do tema da morte no período da formação acadêmica, de forma que o processo de morrer seja um assunto discutido não só na dimensão biomédica, mas também sociocultural, reconhecendo o duplo sofrimento do paciente e de sua família quanto o sofrimento do profissional diante da morte.

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Biografia do Autor

Weverson Bezerra Silva, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Doutorando em Antropologia pela Universidade Federal da Paraíba. Doutorando junto ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Paraíba.

Mónica Franch, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Doutora em Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008). Docente junto ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal da Paraíba.

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Publicado

2023-04-10

Como Citar

SILVA, W. B.; FRANCH, M. "Vivenciar o Sentido da Morte é na Prática": os Profissionais de Saúde e suas Vivências com a Morte em um Hospital do Câncer na Paraíba. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 28, n. 1, p. 1–21, 2023. DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e46964. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/46964. Acesso em: 23 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê