O consumo como investimento: a teoria do capital humano e o capital humano como ethos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2009v14n2p217

Palavras-chave:

Valores sociais, Teoria do capital humano, Max Weber, Michel Foucault

Resumo

O artigo propõe discutir a diluição da fronteira conceitual entre “consumo e “investimento”, argumentado que ela é uma peça fundamental para a compreensão do capitalismo na sua etapa atual e dos valores que orientam a sociedade contemporânea. Conceitos cunhados pela teoria do capital humano – teoria econômica dos anos 1960 – são difundidos hoje como valores que orientam a conduta dos indivíduos. Produz-se, assim, um deslocamento conceitual-valorativo do consumo para o investimento que permite inusitadas formas de “postergar satisfações consumindo agora”. A área difusa que é criada entre “consumo” e “investimento” ajuda a entender como a ética protestante do trabalho é reeditada numa “ética do trabalho empresarial”, isto é, do trabalho entendido em termos de “empreendimento” individual.

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Biografia do Autor

Osvaldo Javier López-Ruiz, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. 

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Publicado

2009-11-22

Como Citar

LÓPEZ-RUIZ, O. J. O consumo como investimento: a teoria do capital humano e o capital humano como ethos. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 14, n. 2, p. 217–230, 2009. DOI: 10.5433/2176-6665.2009v14n2p217. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/4515. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos